Prefeitos reclamam de queda generalizada na arrecadação

Durante o “Dia Estadual de Protestos pela Autonomia Financeira dos Municípios”, que segue sendo realizado na manhã desta quarta-feira, 13, no Auditório Carlos Vieira da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), com a participação expressiva de prefeitos e outras lideranças políticas, gestores municipais se manifestaram em voz praticamente uníssona: as várias dificuldades que enfrentam em seus municípios.

A iniciativa é liderada pela Federação Goiana de Municípios (FGM) e Associação Goiana de Municípios (AGM).

Alvorada do Norte

A prefeita Iolanda Holiceni Moreira dos Santos (UB) disse que o seu município tem quase 9 mil habitantes, mas recebe o mesmo Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de uma cidade de 2 mil habitantes.

“Diante disto já surgem muitas dificuldades, porque para aumentar o repasse o município deveria ter 10 mil habitantes.

Aumentamos o salário do professor em 48% e a arrecadação diminuiu muito, por isso estamos até com dificuldade para pagar a folha de pagamento.

Já o nosso hospital é municipal mas atende toda a região e todos os problemas que ocorrem na rodovia GO-020. Estamos aqui porque precisamos realmente de ajuda.” 

Ipameri

O prefeito Jânio Pacheco (Podemos) reclamou da queda de arrecadação no seu município, localizado na região sul do Estado.

“Nesta reunião  vamos buscar uma solução para os municípios. O repasse está tão pequeno que está criando uma dificuldade na nossa folha de pagamento. Muitos prefeitos estão demitindo, mas em Ipameri optamos por reduzir o horário de funcionamento da prefeitura para diminuir a despesa com veículos e outras coisas. A intenção é cortar gastos e fechar a conta.”  

Jaraguá

O prefeito Paulo Vitor Avelar (UB) ressaltou a participação da maioria dos prefeitos dos municípios goianos para discutir a questão da baixa arrecadação.

Ele disse que ficou sensibilizado com a união de todos os prefeitos municipais. “Estamos aqui, com adesão de quase 90% dos prefeitos goianos e, por isso mesmo, temos fé que dessa união vão surgir bons resultados que possam atender a população que sofre com isso.

Quem está no município, o prefeito e o vereador, são as pessoas que precisam saber ouvir porque o problema não chega até o governador e o presidente da República.”

Edealina

A prefeita Dolores Cristina Leandro (UB) destaca que municípios menores sentem mais os efeitos negativos da redução da arrecadação.

“A maior parte do recurso que temos é do governo federal. Então sentimos muito. Nós que somos prefeitos e estamos na lida direta com a população, com a comunidade, sabemos da responsabilidade em se manter um hospital, manter a creche funcionando, manter as estradas, entre outras responsabilidades.”

Ela destacou que se a situação se mantiver, provavelmente terão que partir para redução de funcionários no atendimento à população. “O prefeito chega a fazer o extremo, pois é uma medida difícil. Além das pessoas que perderão o emprego, esse tipo medida resulta na queda da qualidade de manutenção do município. Mas vai dar tudo certo, pois creio que nós prefeitos, em parceria com os demais governantes encontraremos a solução.”

Bonfinópolis

O prefeito Kelton Pinheiro (Cidadania) se manifestou ressaltando a importância desse encontro. Segundo ele, manifestações pacíficas e ordeiras trazem resultados.

“É um movimento feito pela grande e absoluta maioria dos municípios do Estado, para sermos ouvidos pelo Governo de Goiás e pelo governo federal, por conta das dificuldades que estamos enfrentando neste momento, pela situação econômica. 

Pinheiro destacou que, no país inteiro, se fala em queda de receita devido ao porcentual relativamente pequeno (do FPM), somado ao déficit ocasionado pela inflação e ao aumento do salário mínimo e pisos salariais.

“Tudo isso causa um impacto muito significativo, principalmente nos municípios pequenos. Por isso, os governos estadual e federal precisam ser sensíveis a nossa situação, pois isso ajudaria todos os prefeitos a fechar as contas e contribuir com o crescimento do Estado e do País. A nossa população merece um tratamento mais digno.”