Investigados por grilagem em Formosa (GO) forjavam assinatura de pessoas falecidas, diz MP

O falso advogado Anderson Juvenal de Almeida e o empresário D’artagnan Costamilan, investigados por grilagem de terras em Formosa (GO), no Entorno do Distrito Federal, são suspeitos de usar documentos falsificados e até assinatura de pessoas que já morreram para se apropriar de imóveis na região.

Segundo explica o promotor Douglas Chegury, responsável pelas investigações, o modus operandi deles envolvia a identificação de lotes sem benfeitorias, de pessoas de outros estados, ou cujos donos já haviam falecido.

A partir de então, iam a cartórios e localizavam o proprietário.

Caso morasse em outro estado ou estivesse morto, Anderson Juvenal produzia documentos falsos.

Com o documento falso, o investigado ia até o cartório de outro município — um dos cartórios utilizados para o golpe era o de Niquelândia — e produzia uma procuração, conferindo poderes a si próprio. Com a procuração em mãos, eles “vendiam” a área para D’artagnan.

“Em um dos casos que identificamos, o proprietário havia morrido em 2015.

O lote ficou largado, pois os parentes não foram atrás, e eles se interessaram e fizeram uma procuração em janeiro de 2019. Com a procuração em mãos, ‘vendeu’ a área para o comparsa”, explica o promotor Douglas Chegury ao Mais Goiás.

O Ministério Público ainda investiga pelo menos oito casos.

D’artagnan está com um mandado de prisão em aberto e é considerado foragido da Justiça. Não há mandado contra Anderson.

Operação

No dia 10 de julho, o Ministério Público cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva contra investigados de crimes de esbulho (grilagem) de áreas públicas e privadas, corrupção, falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa, em Formosa.

A investigação aponta para a existência de uma quadrilha voltada para a prática de invasão de lotes públicos e privados no município de Formosa, produção e uso de documentos ideologicamente falsos e corrupção de agentes públicos, que contava com o envolvimento direto de empresários, cartorário, corretor e advogados.

Fonte: MPGO