Secretário de Saúde de Goiás promete Policlínica para Campos Belos, com hemodiálise




O Secretário de Saúde de Goiás fez uma promessa muito interessante para Campos Belos (GO). 


Ismael Alexandrino Júnior é médico, com um excepcional currículo. 

Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Pernambuco com Fellow em Terapia Intensiva pela Universidade de Milão e Bolonha, foi até dezembro de 2018 diretor-presidente do Instituto Hospital Base e também conselheiro titular do Colegiado Gestor da Saúde do Distrito Federal.

Nesta semana, Ismael Alexandrino recebeu, em seu gabinete, o deputado estadual Paulo Trabalho e o advogado e produtor rural de Campos Belos (GO) José Júnior Souza.

Ele tem encabeçado a luta da cidade para a construção de um centro de hemodiálise, que deverá atender cerca de uma centena de doentes renais crônicos, residentes do nordeste de Goiás e no Sudeste do Tocantins. 

Ao secretário de saúde foi explicado sobre as condições precarissímas de todos os doentes; muitos deles obrigados a viajarem mais de 800 km por dia, três vezes por semana, e também da campanha social que já arrecadou mais de 200 mil reais para a compra de máquinas para a filtragem de sangue. 

A ideia foi pedir apoio do governo estadual para implantar o centro de Hemodiálise em Campos Belos. 

Após ouvir a todos, Ismael Alexandrino explicou que o governo de Ronaldo Caiado quer instalar onze policlínicas em todo o estado, sendo uma ou duas delas no nordeste de Goiás. 

Disse também que essas policlínicas terão médicos de diversas especialidades, como cardiologistas, obstetras, oftalmologistas e gastros, além de um centro de hemodiálise. 

Tudo que a comunidade regional de Campos Belos deseja e requer. 

Mas o secretário deu uma informação ruim. 

Disse que será feito um estudo de viabilidade técnica para ver se é possível mesmo Campos Belos receber a policlínica, porque a unidade de Posse (GO), também no nordeste de Goiás, já está garantida e pronta para a construção. 

Será mesmo que o estudo dos técnicos será favorável a Campos Belos? 

Tenho sérias dúvidas, porque eles negaram até mesmo a instalação de um simples centro de hemodiálise, teoricamente menos complexo e mais barato. 

Como irão então aprovar um empreendimento de tão grande complexidade?

Sinceramente, tenho que a reposta foi uma maneira inteligente de o secretário dizer “não” e impedir que a comunidade, por si mesma, erga com as próprias mãos o centro de hemodiálise. 

A bem da verdade, só o governo do estado pode autorizar e sustentar a implementação de uma unidade de saúde como esta.

Agora, à comunidade não resta outra opção, a não ser pressionar. 

Pressionar de todas as formas, principalmente pela via política. 

Outra é “usar” até mesmo a comunidade Kalunga de Monte Alegre, Cavalcante e Teresina de Goiás. 

São mais de cinco mil pessoas integrantes de comunidade afrodescendentes, que estão lá jogadas à própria sorte, sem qualquer apoio governamental. 

Os doentes renais crônicos dessas comunidades, como são atendidos? 

Há comunidades que estão a mais de 6 horas de estrada de chão da GO-118, a principal via asfaltada e de ligamento da região. 

Dessa rodovia até a cidade de Posse (GO) são mais de 300 km, parte em estrada de chão.

Se o destino é Brasília, são mais de 350 km; ou se for Goiânia, cerca de 500 km. 


Será essa mesma a decisão do governo de Goiás? 

Deixarão as comunidades kalungas e os demais cidadãos goianos do corredor da miséria com mais essa derrota?

A pressão política é a única saída. Mobilização de todos é a palavra de ordem.


Acima, dois vídeos de deputados estaduais que se colocaram à disposição da comunidade. 


Em tempo, participantes da reunião, da direita para a esquerda: auditor fiscal José de Souza Vaz Júnior; deputado estadual delegado Eduardo Prado; deputado estadual Paulo Trabalho; secretário de estado de Saúde, Ismael Alexandrino; deputado federal Elias Vaz; assessor Leandro Fox e a advogada Daillinne Souza Real.


É um belo e forte grupo. Mas queremos mais. Senão não vai sair. 



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