Professores de Campos Belos (GO) denunciam que prefeito não quer pagar piso nacional; Gestor rebate
Diversos professores da rede municipal de educação de Campos Belos (GO), nordeste do estado, procuraram o Blog para denunciar que o prefeito da cidade, Pablo Giovanne, não quer pagar à classe o piso nacional dos professores.
Agora em janeiro, no dia 18, os professores se reuniram em manifestação para exigir do gestor
municipal o cumprimento do pagamento do piso, porque a única ferramenta que eles dispõe são as manifestações e a imprensa, afirmam.
Eles contam que a história salarial dos professores é marcada por uma luta incansável em busca de uma remuneração decente que lhes dê condições dignas de vida.
Para regularizar a situação dos profissionais no Brasil e impedir que os professores continuassem a receber um salário de miséria, foi criado a Lei Nacional do Piso em 2008, que começou a valer no munícipio de Campos Belos três anos depois, em 2011.
Antes disso, os professores recebiam o que seus gestores queriam pagar.
Com o piso, o salário do professor é regulamentado por um percentual que é reajustado a cada ano.
A grande questão, dizem os professores, é que o prefeito Pablo Geovanni tem descumprido acordos e promessas.
Os educadores afirmam que no ano de 2022, o prefeito não cumpriu o Piso e ficou devendo aos professores 16, 24%.
O prefeito disse, segundo a fonte, que no final do ano passado sentaria e acordaria o pagamento desse percentual.
Ao ser procurado neste ano, no entanto, ele não teria aceitado o pagamento da dívida.
“Assim, o prefeito está devendo aos professores dinheiro e ainda faltou com a palavra”, afirma uma integrante do Sindicato da Categoria.
A categoria já estava no prejuízo de quase de 17 %. Agora neste início de 2023 houve novo reajuste, de 14,95%, pela Lei do Piso.
“Nosso prejuízo passa dos 32%. O Sr. prefeito atual está em dívida com os professores desde o início da sua gestão. Durante a campanha eleitoral prometeu a categoria que ia corrigir os desmandos que o Sr. Carlos Eduardo Terra (2017/2020) tinha feito na educação, mas não cumpriu.
O Sr. prefeito prometeu a volta das 40 horas. A rede municipal de Campos Belos descumpre a lei porque o professor trabalha 40 horas, mas é pago como 30 horas mais substituições.
Uma situação totalmente ilegal que nenhuma rede de educação pratica. Essa postura é pouco inteligente, porque não representa economia financeira para o munícipio, quebra o fundo de previdência social dos servidores – Prevcampos e prejudica a carreira do professor”, cobra a professora.
Ela afirma ainda que para complicar a situação, as salas de aulas estão lotadas, porque a falta do concurso gera falta de professores e isso afeta às condições de trabalho dos docentes.
“É sabido que o prefeito atual tem uma preocupação inédita com a educação, pois está reformando e aparelhando as escolas e distribuindo materiais didáticos para os alunos.
Reconhecemos esse empenho, mas não se valoriza a educação sem respeito aos professores.
O atual prefeito alega que valoriza o servidor público porque paga o salário em dias, mas o prefeito anterior também não atrasava o salário nenhum dia e mesmo assim foi o pior prefeito para a categoria dos professores que o munícipio já teve. Ele quer repetir a história?”, pergunta a educadora, representante dos profissionais municipais.
O que diz o prefeito Pablo Giovanne
Ao ser questionado pelo Blog sobre as reivindicações dos professores municipais quanto ao não cumprimento do Piso Nacional da categoria, o prefeito disse que no ano passado, em 2022, o governo Bolsonaro estipulou o piso de R$ 3.845,00 ( 32% em razão do antigo piso de R$ 2.800,00) e que os professores do município já receberiam acima do piso em relação ao ano de 2022.
Sobre o Fundeb, verba federal que é repassada aos municípios para pagar professores e cuidar da educação fundamental, Pablo Giovanne disse que há obrigatoriedade de ser investido 70% com custo com professores.
“Nós usamos 78,8% do recurso em pagamentos. Os 11% que sobra são investidos na educação. Além deste valor há exigência constitucional de gastar 25% do orçamento na educação. Nós cumprimos rigorosamente todos as exigências.”
Ele acrescentou ainda que nunca houve tanto investimento na educação igual na gestão dele e na valorização dos profissionais.
“Veja o que já fizemos. reconstrução e ampliação do Jandira Aires, reforma e ampliação do Joana Miranda, reconstrução da Creche Izaura, reconstrução da Creche Carinho Materno, reforma e ampliação da creche Aurora e reconstrução da escola professor Osvaldo do Barreirão.
Praticamente estou construindo outra escola nova. Mobílias novas para creches, televisões, camas especiais para crianças, mesas cadeiras, materiais pedagógicos, fogões equipamentos novos, mobílias para escolas ar condicionado, computadores, montei duas salas de informáticas na escola Joana Miranda e na escola Dom Alano.
Não me falta cuidado e zelo com a educação em Campos Belos”, diz o prefeito.
Quanto ao reajuste, Pablo conta que ele deu 17% de reajuste, enquanto quase todos municípios só deram a inflação de 12.16%.
“Fiz e dei a progressão para os professores que já aguardavam esse sonho desde 2017, retirei as punições que constavam na ficha funcional de todos monitores ( professores de creche) que foi aplicada no governo Ninha. Também dou muita atenção ao Sindicato.
Nossa última reunião com o SINDIBELO e SINTEGO foi dia 22 de dezembro passado. Estou sempre atento e aberto aos seus pleitos, como muito diálogo e responsabilidade”, finalizou.