Urgente: área de proteção do Rio Mosquito é invadida e devastada; PM prende e autua diversas pessoas
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A Polícia Militar, por intermédio da Patrulha RURAL 5° Companhia de Campos Belos (GO), nordeste do estado, desencadeou uma operação contra desmatamento de uma área de proteção ambiental na nascente do Rio Mosquito, no Distrito de Pouso Alto, próximo à divisa com o estado da Bahia, no sopé das Serras Gerais, que divide os dois entes federativos.
A ação ocorreu na última quinta-feira (20).
Os militares, em averiguação de crime ambiental, fizeram patrulhamento pela região do buritizal, na APP (Aérea de Proteção Permanente ) margeando as nascentes do Rio Mosquito, quando identificaram batidas de carro na vegetação.
No local, encontraram diversos vestígios de acampamentos, sem presença humana no local.
Ao explorar com mais profundidade toda a APP do Rio Mosquito, os militares encontraram barracas, áreas desmatadas até o leito do rio, áreas queimadas, muita devastação espalhadas por varias divisões, feitas, supostamente, por proprietários distintos.
Havia também imensa marcação com sacos plásticos nas arvores, e em linha, o que sugere divisão de lotes ou glebas, com áreas roçadas, sementes de capim estocadas em barracas, ferramentas, entre outros objetos.
Ao que tudo indica, o proprietário da fazenda a dividiu em glebas e as vendeu a diversos proprietários, que iniciaram uma verdadeira devastação da nascente do Rio Mosquito, o que coloca em grande perigo uma das mais ricas nascentes de água doce da região.
Ainda de acordo com os militares da Patrulha Rural, que fez um belo trabalho de proteção ambiental, a área está em uma ocupação acelerada e às escondidas, visto a falsa impressão de normalidade na parte que pode ser vista da pista onde passam pessoas e veículos constantemente.
Em duas dessas glebas, foram encontrados um casal em cada, sendo ambos os causadores de devastação na margem das nascentes.
As quatro pessoas foram detidas e encaminhadas à delegacia de Campos Belos e autuadas por diversos crimes.
Também foi detido um homem, negociador de terrenos, que supostamente estaria vendendo as glebas.
Ele, de acordo com a PM, representaria o proprietário da fazenda, que não teve o nome revelado.
Gravíssimo problema que afeta a todos
Após este flagrante, pedra cantada aqui neste Blog por diversas vezes, por ser aquela APP do Rio Mosquito ainda intacta, é preciso uma mobilização de todos os segmentos sociais da região nordeste de Goiás e do sudeste do Tocantins, todos afetados diretamente.
Há que ter uma ação, urgentíssima, por essa gravíssima tragédia, por parte das prefeituras locais, câmaras de vereadores, órgãos ambientais, dos estados e dos municípios, Ministério Público, ambientalistas, radialistas e influenciadores digitais, estudantes, escolas, universidades, assim como toda a comunidade.
A APP do Rio Mosquito é um patrimônio intangível dos goianos e dos tocantinenses. Ali foi aberta uma ferida, que ainda dá tempo de estancar.
Se vocês perderem o controle, as consequências serão devastadoras, tanto para produtores rurais, que já sofrem com a escassez de água, quanto para os moradores das zonas urbanas.