Acusados de matar Valério Luiz vão a júri popular em Goiânia dez anos após crime
O julgamento do cinco acusados de matar o radialista esportivo Valério Luiz começa na próxima segunda-feira (14), quase dez anos depois do crime.
O então vice-diretor do Atlético-GO, Maurício Sampaio, e dois PMs devem vão a júri popular no auditório do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), no Setor Oeste, em Goiânia.
O julgamento foi adiado duas vezes, devido à pandemia e também pela mudança do juiz responsável pelo caso e o processo foi desmembrado.
O júri ocorre pela 4ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia. O julgamento deve ser presidido pelo juiz Lourival Machado da Costa.
O início da sessão está agendado para as 8h30, mas não há horário determinado para o término. Haverá pausas para refeições. A expectativa do TJ-GO é a de que o julgamento dure três dias. Ao todo, o julgamento será formado por 30 testemunhas, sete jurados e cinco réus.
O radialista esportivo Valério Luiz foi assassinado a tiros na capital no dia 5 de julho de 2012, na Rua C-38 do Setor Serrinha. Valério estava dirigindo o próprio carro enquanto saía da rádio em que trabalhava, quando foi um motociclista que passava pelo local o baleou.
Polícia Civil indiciou os acusados por homicídio em 2013
A Polícia Civil de Goiás, que investigou o caso, indiciou cinco pessoas pelo homicídio em 26 de fevereiro de 2013.
Foram indiciados o ex-presidente do Atlético-GO e atual vice do conselho de administração do time, o cartorário Maurício Borges Sampaio; um funcionário de Sampaio, Urbano de Carvalho Malta; os policiais militares, Ademá Figueiredo e Djalma da Silva e o açougueiro, Marcus Vinícius Pereira Xavier.
No dia 27 de março de 2013, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou os cinco acusados pelo mesmo crime.
A defesa de Urbano, Ademá e Djalma declara que os clientes se dizem inocentes e que esperam “que o debate seja leal e ocorra numa atmosfera serena e franca”. A defesa de Marcus Vinícius não se pronunciou.
Processo na Justiça teve reviravoltas, adiamentos e troca de juízes
Em maio de 2013, o caso chegou ao TJ-GO e as audiências de instrução do processo foram iniciadas. Na ocasião, o processo estava sendo presidido pelo juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Goiânia.
Em 13 de agosto de 2014, o juiz Lourival Machado da Costa, da 14ª Vara Criminal de Goiânia, determinou que os cinco acusados fossem a júri popular.
As defesas dos acusados recorreram da decisão. No entanto, o colegiado que analisou o pedido manteve a decisão tomada em primeira instância em abril de 2015.
Os recursos fizeram o processo ser levado até o Supremo Tribunal Federal (STF). Depois de duas decisões contra os réus e uma a favor, a decisão de que todos iriam ao júri popular foi mantida em fevereiro de 2018.
O processo foi levado então para a 3ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri, presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara. O magistrado emitiu um despacho dizendo que não havia estrutura para realizar um júri do tamanho que o caso exige. O documento foi expedido em abril de 2019.
Juiz decidiu por desmembramento de julgamento em 2019
Em outubro de 2019, o juiz decidiu desmembrar o julgamento para que fosse possível realizá-lo. Apesar da decisão, cerca de dois meses depois, o magistrado desistiu de presidir este júri.
Após mais uma reviravolta, o juiz Lourival Machado da Costa assumiu o caso e agendou o júri popular em fevereiro de 2020.
A sessão havia sido agendada para o dia 23 de junho daquele ano. No entanto, o julgamento foi adiado por causa da pandemia da Covid-19. Em novembro do último ano, o júri foi remarcado para a próxima segunda-feira (14).
Editado por Dinomar Miranda, via Mais Goiás