Reestruturação da UEG reacende embate entre Caiado e Marconi. Campus de Campos Belos e Posse foram rebaixados e agora pertencem a Formosa (GO)
O projeto de reestruturação da Universidade Estadual de Goiás (UEG) reacendeu a troca de farpas entre o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o ex-governador Marconi Perillo.
Em suas justificativas para a mudança, o governo alegou que a UEG era “instrumento de terrorismo político” e acusou seu crescimento desordenado para atender pedidos políticos de lideranças do interior no período dos governos do PSDB.
No sábado, o ex-governador Marconi Perillo emitiu uma nota em resposta às mudanças e às críticas.
Antes da divulgação da nota, o governador Caiado participou de entrevista em Abadiânia, às 9 horas, onde lançou o programa Balcão do Cidadão, em parceria com os Correios.
Caiado afirmou que está acostumado a “desmamar bezerrões”, em referência a programas do antigo governo, como o de incentivos fiscais, que para ele, eram destinados aos maiores municípios goianos em detrimento dos mais carentes e à implantação de unidades do Vapt Vupt apenas nos maiores municípios.
No domingo (19) o secretário Rocha Lima deu a resposta mais dura. Em um longo texto, ele respondeu diretamente à nota do ex-governador, mas não se limitou a falar apenas sobre a UEG.
Ele também tocou em um assunto que tem sido recorrente nas falas do governador Caiado, a venda da Celg D para a Enel. Rocha Lima disse que Goiás sabe que grande marca dos governos de Marconi “foi a dilapidação dos patrimônios goianos” e completou: “Infelizmente não chegamos ao governo a tempo de salvar a Celg e expor toda a falcatrua na empresa.
O último embate entre Caiado e Marconi ocorreu em agosto de 2019 e levou o ex-governador a propor seis ações na justiça em São Paulo, onde reside desde que perdeu as eleições em 2018, com pedidos de indenização por dados morais.
A reestruturação
A reforma na UEG reduziu o número de câmpus de 41 para 8 e transformou os demais em unidades universitárias. Criou os Institutos Acadêmicos de Educação e Licenciaturas, de Ciências da Saúde e Biológicas, de Ciências Tecnológicas, de Ciências Sociais Aplicadas e de Ciências Agrárias e Sustentabilidade para coordenar os cursos.
Os oito câmpus foram divididos por região da seguinte forma:
O oitavo câmpus ficará na sede principal da UEG, em Anápolis, com a responsabilidade pelas unidades de Pirenópolis, Jaraguá, Goianésia, Ceres, Silvânia e Luziânia.
Em entrevista à Sagres 730 nesta segunda-feira (20) o secretário Adriano Rocha Lima disse que agora a UEG vai passar por uma fase de transição, com mudanças na parte pedagógica e reestruturação de seu perfil.