Pedreiro de Campos Belos: GDF regulariza áreas em Planaltina, no Jardim Botânico e no Tororó
Depois de décadas de espera, moradores das quadras 3 e 4 de Arapoanga, em Planaltina, obtiveram aprovação do Governo do Distrito Federal (GDF) para regularização fundiária.
O projeto urbanístico das quadras 3 e 4 de Arapoanga prevê a regularização de 828 lotes, com população estimada em 3.336 habitantes.
Em novembro do ano passado, foi publicado decreto para a regularização de outra área em Arapoanga, as quadras 5 e 6.
Avanço
Para a presidente da União dos Condomínios Horizontais e Associações de Moradores do DF (Única-DF), Junia Bittencourt, a autorização para que os moradores da região possam regularizar lotes traz cidadania.
Ela destaca que outras regiões do Distrito Federal aguardam a mesma autorização. Junia cita Vicente Pires e Nova Colina, em Sobradinho, como os locais em que a expectativa é maior.
Memória
Invasões e vendas ilegais
Localizada em Planaltina, a região do Arapoanga era uma extensa área vazia. A propriedade começou a ser ocupada irregularmente em 1992, quando donos e herdeiros da terra começaram a vendê-la sem aprovação de projetos urbanísticos e sem a emissão de licença ambiental.
Para os moradores de Arapoanga, a possibilidade de regularização traz a esperança de que os lotes e a própria região se valorizem.
A expectativa é de que, depois de décadas, possam finalmente ter tranquilidade de que o espaço comprado há tantos anos de fato pertencem a eles.
O pedreiro José Dias da Silva, 57 anos, veio de Campos Belos (Goiás) para Brasília há mais de 30 anos.
Pagou aluguel em Planaltina, mas, quando soube da venda de um terreno de cerca de 200m² na Quadra 3 de Arapoanga, viu a oportunidade de construir a casa onde mora com a mulher e os três filhos, há 22 anos. “Aqui eu tive facilidade para adquirir o lote.
Pelo tempo em que construí o meu sobrado, essa regularização demorou, mas é uma coisa importante, porque vai trazer valorização”, acredita.A líder comunitária Carmem Lúcia de Assis, 59 anos, comemora a conquista de Arapoanga. “Tudo melhora depois disso.
Eu posso comparar a uma pessoa sem Certidão de Nascimento. Ela não é ninguém. Depois que tira, vira gente, tem CPF, identidade. Com a escritura, nós podemos fazer empréstimos, valorizar o que é nosso sem medo”, avalia.
A infraestrutura na região, segundo Carmem Lúcia, melhorou nos últimos anos, mas a esperança é de que, com mais setores legalizados, haja mais qualidade. “É uma valorização para o nosso próprio local.
Temos 90% daquilo que precisaríamos aqui, e esperamos agora ter mais. Quando vem a escritura, você tem segurança também de poder deixar algo para os que vão te suceder”, explica.
Confira as regiões contempladas
pelos decretos publicados nesta segunda-feira (20/1):
Arapoanga, Etapa 3 —
Quadras 3 e 4, em Planaltina
População: 3.366
Lotes: 828
Belvedere Green,
no Jardim Botânico
População: 1.854
Lotes: 567
Estância Del Rey,
no Setor Habitacional Tororó
População: 326
Lotes: 98