Empresa São José do Tocantins quer acabar com a linha semiurbana Campos Belos (GO)/Arraias (TO)
A Empresa São José do Tocantins, uma das concessionárias que atuam no nordeste de Goiás e Sudeste do Tocantins, informou à comunidade que vai acabar com uma linha semiurbana, que liga as cidades de Campos Belos (GO) a Arraias (TO), com horários diversas vezes aos dia.
Essa linha é uma das mais importantes da região, pois presta um serviço extraordinário a centenas de moradores, trabalhadores, estudantes e comerciantes locais.
No informe divulgado, a São José diz que o serviço será encerrado no dia 16 de maio de 2022, sendo este dia a última viagem.
No dia seguinte (17), os usuários não terão mais os serviços.
Desde ontem que este Blog requer uma Nota da São José do Tocantins, que tem sede em Anápolis (GO). A empresa ficou de enviar uma explicação no final da tarde de hoje.
Quais as razões para o fechamento da linha ? é meramente financeiro? está dando prejuízo?
Não haveria uma outra solução?
As Câmaras de Vereadores das duas cidades estão cientes? as duas prefeituras foram comunicadas? Vão tomar alguma providência? vão conversar com a empresa para saber quais as causas?
O término deste serviço impactará notadamente as pessoas mais pobres, mais vulneráveis, que usam a linha para trabalhar, negociar, ir às compras, aos hospitais, a bancos.
Sem contar os universitários e os estudantes frequentadores do IF Goianos, da Universidade Federal do Tocantins, da Universidade Estadual de Goiás.
Algo tem que ser feito. Uma outra solução tem que ser encontrada.
O que diz a empresa?
“Infelizmente a empresa vem paralisando a maior parte das linhas em razão do descompasso da demanda (redução de 50%) / elevação dos custos (aumento de 80%).
No setor de Campos Belos tínhamos as linhas Depasa/Poções, Paranã, São Domingos, Cavalcante que infelizmente tiveram que ser paralisadas, pois a demanda de passageiros caiu em média de 50% e consequentemente a receita também caiu severamente.
No caso da linha de Campos Belos/Arraias – semiurbano, estamos com o mesmo problema. Importante ressaltar que não existe “exceção” ou “tratamento diferenciado” para operar nas linhas do interior, ou seja, são as mesmas regras para operação de linhas em qualquer lugar do Brasil.
Operacionalmente a empresa tem que manter garagem completa com veículos e motoristas reservas, agências de atendimento, e os veículos tem que ser enviados anualmente para a capital para realização de vistorias, pois no interior não tem empresas credenciadas.
Administrativamente a empresa tem que manter toda estrutura fiscal, para atender todas as documentações fiscais, e também para atendimento das Agências Reguladoras e apresentar movimento estatístico diário que são feitos todos digitalmente.
Considerando que a Pandemia (e seus efeitos) do coronavírus, bem como as restrições e limitações de circulação/mercado ocasionadas em razão da referida Pandemia e os efeitos dos Decretos Governamentais desde então editados, que o seguimento de transporte, com toda a certeza, foi severamente mais atingido do que os demais seguimentos, em razão de que, com a Pandemia e os atos do Governo, a queda de demanda/receita caiu mais de 50% e, de outro lado, os serviços continuaram a ser ofertados por determinação do Poder Público, o que se traduz no consumo de diesel, pneus, mão de obra e insumos (custos) “que tiveram aumento médio de 80%”, sem a respectiva receita (demanda).
Ou seja, diferentemente dos outros seguimentos que fecharam as portas e mantiveram seus estoques, o seguimento de transporte continuou experimentando altos custos sem a respectiva contraprestação da receita/demanda.
Considerando, ainda, que a situação do setor de transporte já vinha combalida, em razão do aumento expressivo, nos últimos anos, do número de transporte irregular por aplicativos e clandestinos, os quais contribuíram veementemente à queda de demanda/receita do sistema público de transporte.
A empresa já vem mantendo esse prejuízo há muito tempo e atualmente não consegue mais manter tal prejuízo.”
São José do Tocantins – Anápolis (GO)