Lentidão da Justiça: após mais de 20 anos do crime, júri dos acusados de matar ex-prefeito de Monte Alegre de Goiás é transferido para Goiânia
Após mais de 20 anos, os quatro acusados pelo homicídio do então prefeito de Monte Alegre de Goiás, José da Silva Almeida, conhecido como Zé da Covanca, devem ser julgados em Goiânia.
O crime ocorreu em agosto de 1999 e o júri designado para o dia 17 de agosto de 2016.
Na ocasião, o juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva decidiu pela suspensão do júri.
Na decisão de desaforamento, a desembargadora disse que o MP-GO assevera que persistem sérias dúvidas a respeito da imparcialidade dos jurados que irão compor o corpo o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Campos Belos, em razão do pode de intimidação dos réus.
Os acusados são Antônio Pereira Damasceno, ex-vice-prefeito de Monte Alegre e mandante do crime; Luís Carlos Medeiros, apontado como um dos executores; Floriano Barbo Neto, que foi presidente da Câmara de Vereadores do município e José Roberto Macedo Pinheiro, na época, cabo eleitoral do então vice-prefeito.
O Crime
De acordo com a denúncia, em agosto de 1999, os acusados mataram o ex-prefeito com três tiros em sua casa, localizada em Monte Alegre.
Defesa
As defesas dos acusados não se opuseram ao pedido de desaforamento.
O criminalista afirma que a questão do desaforamento do júri é matéria de ordem pública e a Constituição Federal (artigo 5º, inciso XXXVIII), ao reconhecer a instituição do júri, determina que seja assegurada a plenitude de defesa.
Fabrício Póvoa esclareceu, ainda, que a soberania dos vereditos faz com que a decisão proferida pelos jurados goze de uma proteção maior quanto à possibilidade de alteração da sentença pelo segundo grau de jurisdição.