Tropical Pneus teria fraudado licitações em 148 municípios goianos, além de TO, MT e BA

A Operação Fator R, deflagrada na manhã desta terça-feira (26) pelo Ministério Público do Estado de Goiás apura fraudes em licitações envolvendo a Tropical Pneus, que teria criado pelo menos seis pequenas empresas para concorrerem entre si em licitações em Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Bahia.

No total, a estimativa é de que a movimentação do grupo tenha somado mais de R$ 71 milhões ao longo de 10 anos e só no estado teria participado de certames em 148 municípios. Estão sendo cumpridos 36 mandados de busca e apreensão e sete de prisão nesta manhã pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio da Polícia Militar.

De acordo com o MP, a suspeita é de que as fraudes, além de Goiás, tenham acontecido em 49 municípios do Mato Grosso, 1 do Tocantins e 1 da Bahia. A TV Anhanguera apurou também que o esquema teria envolvimento de pelo menos uma colaboradora da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) e da empresa Metrobus. Por volta de 9h40, o MP já havia apreendido R$ 74.328,00 durante os mandados de busca e apreensão.

A Prefeitura de Goiânia afirmou, em nota, que está à disposição para colaborar com as investigações e que as informações iniciais apontam para suposto esquema ilícito, que teria acontecido em gestões anteriores. “Não existe investigação contra servidores públicos ou por crime de improbidade administrativa. Apenas foram coletados documentos para subsidiar a investigação contra um grupo empresarial. O Executivo municipal se mantém à disposição da justiça para quaisquer esclarecimentos e fará acompanhamento do caso para a adoção de todas medidas cabíveis, caso sejam identificadas”.

Em nota, a Metrobus informou que atendeu todas as solicitações do Ministério Público, repassando na íntegra os documentos e informações requeridos. Disse, entretanto, que não há nenhuma participação em qualquer dos fatos investigados. “esclarece que está colaborando com a operação deflagrada e que acompanhará os desdobramentos das investigações, tomando, se for o caso, as medidas necessárias caso se constate que foi vítima de alguma ação fraudulenta. A empresa reforça que segue rigoroso processo de controle na realização de compras, em estrita observância a todas legislações”, diz a nota. 

A Diretoria de Comunicação da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) informou que a operação não possui relação com o departamento da Casa de Leis e não foi apontada ligação entre as investigações e atuação da servidora em suas atividades no Parlamento goiano. Disse também que a investigação não possui conexão com o Legislativo estadual. “A Diretoria de Comunicação também não possui acesso aos autos, já que não é alvo da averiguação, e acompanha os desdobramentos sobre os assuntos, que envolvem a servidora”.

Investigação

A investigação apontou que o grupo teria usado de um esquema denominado Falso Simples, que burlou os certames qualificando-se como empresa de pequeno porte ou microempresa. Eles criaram inúmeras outras empresas com a finalidade de blindar o patrimônio e ocultar a verdadeira propriedade das pessoas jurídicas. “Empresas eram sócias de empresas, que tinham outras empresas como sócias, numa grande teia que leva a um mesmo grupo econômico-familiar”, diz em nota.

O Gaeco afirma que em inúmeras situações, as pessoas jurídicas possuíam endereço cadastrado semelhante, com o mesmo núcleo familiar nos quadros sociais, o que segundo o MP, provava se tratar de um único conglomerado, que atuava em conjunto, no mesmo propósito: fraudar licitações, obter vantagem e ocultar patrimônio. Além de fraudar as licitações, os investigados são suspeitos de praticarem falsidades ideológicas, peculato, corrupção, lavagem de capitais, dentre outros crimes.

Fonte: O Popular

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