Vitória: depois de muita luta, criança de Campos Belos (GO) faz implante contra a surdez
A equipe do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) uma unidade da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de Goiás (SES-GO), em Goiânia, realizou, no dia 27 de julho, uma cirurgia de implantação de próteses osteoancoradas, que são próteses auditivas de vibração óssea.
O procedimento, inédito na instituição, foi realizado com sucesso e a paciente continuará em acompanhamento pelos profissionais do hospital para realizar a adaptação ao aparelho auditivo.
A protagonista dessa história é a pequena Mariana Venâncio de Castro, de 10 anos, nascida no interior de Goiás, no município de Campos Belos.
O caso da menina foi publicado aqui no Blog e a ajuda chegou.
Ela nasceu com uma má formação na orelhinha do lado direito, e desde os três meses de idade, sua mãe, Eva de Castro Serrano, buscou o tratamento para a condição de sua filha.
A mãe diz que não sabia do grau de surdez de Mariana, e após consultas médicas, descobriu que a menina tinha perda parcial da audição e que o direcionamento dos sons estava prejudicado.
Eva diz que sempre trabalhou para que Mariana estivesse preparada para os desafios na escola diante do preconceito que possivelmente enfrentaria. Ela iniciou a alfabetização dela em casa, para que quando iniciasse a sua vida escolar ela não ficasse inibida diante dos colegas, por ter dificuldade auditiva.
A clínica de reabilitação auditiva do Crer realizou testes com três marcas de aparelhos auditivos para verificar com qual desses Mariana se adaptaria melhor. A criança seguirá sob os cuidados médicos e multiprofissionais na unidade de saúde e tem previsão de retorno para acompanhamento e adaptação ao aparelho auditivo nos próximos meses.
“O dia que eu vim fazer o teste foi um dos dias de mais emoção na minha vida e não podia deixar transparecer, para que ela não se assustasse.
A Mariana colocou o aparelho e eu fiquei do ladinho dela, falando baixinho e ela ficou assim: ‘mamãe, tem que falar baixo. Cê tá falando muito alto’. Aí eu v i que o aparelho estava funcionando bem, porque ela ouvia tudo baixinho. “Eu não tenho palavras para o Crer. Eu sempre fui muito bem atendida e eu só tenho que agradecer!” comemora Eva.
Sobre o procedimento, a médica otorrinolaringologista, Pauliana Lamounier e Silva Duarte, explicou que esta é uma cirurgia realizada pelo Sistema Único de Saúde aos pacientes que não têm condições de utilizar aparelho auditivo externo.
“Devido à uma má formação de orelha, a paciente não possui o pavilhão auditivo externo, que é uma estrutura da orelha externa responsável pela condução do som. E como não tinha condições de usar aparelho auditivo desse lado, há a recomendação de prótese inserida cirurgicamente.
Nós implantamos um pino no crânio e, após trinta dias, será acoplada uma prótese, um processador de som.
O som vai ser captado por esse processador que, por vibração através deste pino instalado cirurgicamente, vai ser transmitido até o ouvido interno. Assim a paciente ouve normalmente desse lado. Isto é, desde que ela tenha a parte interna do ouvido normal”, explica Pauliana.
Fonte: Agir Saúde