Durante todo o ano de 2020, Campos Belos (GO) teve 440 casos de Covid-19. Em maio 309; em dez dias de junho, 188
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Enquanto muita gente escolhe salvar almas ao invés de vidas, como fez a Câmara de Vereadores de Campos Belos (GO), nesta semana, ao aprovar uma “burla” contra as ações mais rígidas de combate à pandemia da Covid-19, a toque de caixa, sem fazer audiências públicas e ouvir as várias matizes da sociedade local, os casos da doença registrados a cada dia assusta e muitíssimo.
E não retórica de jornalista.
A matemática é clara e não aceita meio termo. Por isso, a importância da transparência na divulgação dos dados diários da pandemia pelo Poder Público.
Um levantamento feito pelo ativista Jefferson Victor, que acompanha metodicamente os casos de Covid-19 em Campos Belos, traz muito bem o tamanho da encrenca que a comunidade local está enfrentando.
Nesta sexta-feira (11), ele nos trouxe dados que é de dar calafrios.
No ano passado, entre março e dezembro (2020), foram registrados um total de 440 casos de Covid-19 oficialmente anotados pela Secretaria de Saúde do Município de Campos Belos.
Portanto, em dez meses, a média foi 44 incidências de contaminação por mês ou 1,46 caso por dia.
Agora, pasmem.
Somente no último mês de maio (2021), foram anotados 309 casos de contaminações, com média de 10,3 por dia, o que representa um incremento de mais de 7 vezes na média dos dez meses do ano passado.
Até ontem, dia 10 de junho, em dez dias, Campos Belos registrou oficialmente 188 casos confirmados de Covid-19, uma média de 18,8 incidência por dia.
Um salto de 82% em relação ao mês passado.
Ou seja, a comunidade vive até agora o pior momento da pandemia, com 18,8 casos médios por dia e as evidentes consequências da pandemia, com internações e mortes decorrentes.
Muitas pessoas podem fazer pouco caso desses números.
Mas quem passou por uma UTI e sobreviveu; que perdeu um ente querido ou mesmo aqueles que pegaram a doença na forma moderada e grave sabem o significado dela e o impacto na vida e no futuro dessas pessoas.
A sociedade é complexa; tem suas diversas matizes e interesses próprios, entre elas a econômica e a religiosa.
Mas as escolhas têm que ser feitas. E elas, em momentos de crises ou de guerra, são um divisor de água.