Os professores merecem respeito

Por Dinomar Miranda, 

Brasília – Há um mês os professores de Goiás entraram em greve. 
Desde
segunda-feira passada, 12, os professores da rede pública do Distrito Federal e
agora a Confederação Nacional dos Trabalhadores da educação convoca uma greve geral para
todo o país.
Na manhã desta quinta-feira (15), cerca de 15 mil
trabalhadores em educação de todo o Mato Grosso do Sul, segundo estimativas da
Polícia Militar, participaram de uma passeata pelas ruas do centro de Campo
Grande. 
A mobilização, organizada pela Federação dos Trabalhadores em
educação de Mato Grosso do Sul, superou as expectativas de 10 mil
trabalhadores, divulgada anteriormente.
O que eles querem? simplesmente a  valorização da profissão.
É inadmissível para um país, que está prestes a entrar para
os “grandes” do mundo, tratar com tanta irresponsabilidade o bem mais precioso
de qualquer nação: o valor humano.
O professor em nosso país trabalha mais do que o triplo em
comparação aos trabalhadores “comuns”.
Antes de irem para a sala de aula, preparam o assunto na
noite anterior. 
No dia seguinte cumprem uma jornada estressante e exaustiva de
mais de oito horas na prática do ensino. Outras tantas horas gastam  em casa corrigindo provas, tarefas, produzindo
relatórios.
Ainda têm aqueles que, para aumentar um pouco mais  a renda,  estendem a rotina para a parte noturna.
Não esquecendo da grande maioria que se mata em
especialização, mestrado, doutorado  ou
pós-doutorado, na ânsia constante do aperfeiçoamento.  
E para esta fatigante rotina nos rincões do Brasil percebem,
em média,  menos do que  dois mil 
reais por mês, convivendo com toda a falta de estrutura escolar  e a corrupção desenfreada de prefeitos e
secretários.
Mês passado foi definido o piso nacional do magistério em R$
1.451. Ou seja, nenhum professor país a fora pode ganhar menos do que isso.
Porém, a malandragem dos governadores e gestores escolares é
obscena.
Eles estão tirando as gratificações por função e
especialização, o que teoricamente 
mantém os salários como estão, tudo sob o pano de fundo de não estourar
o orçamento.
É contra isso tudo que os professores do Brasil estão lutando neste
momento.
Um país que possui uma das maiores economias do mundo, tido
como celeiro do planeta e  preste a ser
potência mundial, não pode se dar ao luxo de negligenciar criminosamente a
educação de seu povo, notadamente os mais jovens.
E nesta oportunidade é necessário enfatizar a urgência de uma
escola integral para todos os alunos.
Só a educação é capaz
de diminuir a violência, de aumentar o nível de cidadania e de democracia, de
aumentar o poder de renda e propiciar a  mobilidade
social.
Só a educação é capaz de dar uma alforria aos menos
afortunados.
A questão salarial
dos profissionais e a reestruturação da gestão escolar são dois caminhos
indispensáveis para se começar a trilhar o caminho de uma educação decente e
coerente com este novo país que se avizinha.

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