Passadas as eleições, queremos planejamento estratégico dos prefeitos eleitos

Passadas as eleições e a curada a ressaca das comemorações é hora de pensar no pós-posse, que ocorre daqui a pouco mais de três meses. 


O que se avalia das administrações dos pequenos municípios brasileiros é que boa parte delas não se baseia em um planejamento estratégico, de longo prazo.  


Perguntas básicas para o futuro das cidades e de seus cidadãos não são levadas em consideração.  


Qual a cidade que queremos daqui a dez anos?  qual a escola que desejamos em 2018? Quais os pontos fortes e estratégicos que o município oferece e que podem ser potencializados para  gerar emprego e renda? Quais os pontos fracos da nossa cidade que devem receber atenção especial da administração pública? 


Isso se chama administração gerencial e raramente é posta em prática pelos prefeitos Brasil a fora. 


Eles, os prefeitos, administram “apagando incêndio”, e sem dar continuidade aos planos e projetos traçados pelos governos anteriores. 


O governo federal, desde a constituição de 1988, implantou planos de gestão da administração pública e planos orçamentários. 


O plano de  curto prazo é o Plano Plurianual (PPA) que vale por quatro anos, com metas e objetivos traçados para serem alcançados dentro do prazo para a administração federal. 


A lei orçamentária Anual (LOA) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), ambas elaboradas anualmente, também compõem os planos de governo gerencial no plano federal. 


Está mais do que na hora de os governos dos nossos municípios elaborarem os seus planos de gestão. 


Chamo a atenção para Campos Belos, um dos municípios mais influentes do nordeste goiano (região muito pobre de Goiás) para sair na frente rumo à gestão estratégica  e arrastar, aplicando exemplo, os seus vizinhos e demais municípios brasileiros carentes também de gestão. 


Uma dica é copiar o modelo de planos do governo federal ou de estados que já há bastante tempo governam estrategicamente e têm melhorado a vida de suas populações. 


Se o prefeito e seus gestores acharem complicado copiar e adaptar os planos federais, incrementem por si mesmos um planejamento estratégico. 


O que é um planejamento estratégico e uma gestão estratégica? 




Em resumo, pode-se dizer que a gestão estratégica é o processo de analisar uma organização sob vários ângulos, definindo seus rumos por meio de um direcionamento que possa ser monitorado nas suas ações concretas, utilizando-se, para tanto, de um instrumento denominado “plano estratégico”.


A gestão estratégica, em Administração, alguns aportes metodológicos e conceituais têm provado seu valor, ainda que sejam reinventados com a prática ao longo do tempo. 

Segundo o dicionário Houaiss, estratégia significa “a arte de aplicar com eficácia os recursos de que se dispõe ou de explorar as condições favoráveis de que porventura se desfrute, visando ao alcance de determinados objetivos”. Já o dicionário Michaelis define estratégia simplesmente como “a arte de dirigir coisas complexas”. 



Ambas as definições conferem um tratamento de “arte” para a imprescindível tarefa de buscar direcionar todo o conjunto de recursos organizacionais – representados nos esforços das pessoas (dons, talentos, interesses e aptidões naturais) e na aplicação dos meios materiais disponíveis para fazer o que a empresa faz – para o alcance de um desejo coletivo quanto ao futuro daquele “grupo de pessoas com um propósito” – que é a própria definição de organização.  


A área pública tem sido colocada em xeque pela sociedade com relação às respostas que lhes são exigidas.  


O cidadão-usuário demanda padrões de excelência nos serviços oferecidos, exercendo seu direito de cobrar presteza no atendimento aos anseios sociais e no cumprimento da missão das instituições. 


Além disso, as organizações públicas não puderam crescer em tamanho o suficiente para acompanhar o ritmo do crescimento populacional do país. 


O incremento da demanda tanto qualitativa quanto quantitativamente no setor público é fato inegável.




Como dar cabo da tarefa de responder adequadamente a esses (quase) novos  desafios? 




Muitas organizações públicas, ao se depararem com a dificuldade de mobilizar seus esforços, direcionando-os para a efetiva melhoria dos serviços oferecidos, têm optado por definir um plano estratégico. 


Gerir estrategicamente uma organização pública significa, nos dias de hoje, a possibilidade mais tangível, e talvez a única, de atingir os objetivos institucionais pretendidos.




O plano estratégico 




A gestão estratégica trata em primeiro lugar da formulação de estratégias que determinem rumos ou formas de atingir objetivos. 


Essas estratégias são geralmente reunidas e descritas em um plano estratégico, que, por sua vez, é concebido didaticamente a partir de uma análise de cenários, culminando com a elaboração de uma matriz que elucide ameaças e oportunidades, sob os pontos de vista interno e externo à organização. 




O plano estratégico será consubstanciado, então, num instrumento esclarecedor quanto:




– à missão – para que servimos, qual é nossa razão de ser;




– à visão – onde queremos chegar como instituição;




– aos valores – quais são nossas premissas quanto às atitudes para alcançar nossa visão;




– à estratégia – como faremos para alcançar nossa visão e




– aos desdobramentos da estratégia – as grandes ações que precisamos conduzir e que comporão a estratégia, isto é, os objetivos estratégicos. 



A estratégia deverá desdobrar-se também indicando as competências organizacionais, ou seja, quais são as capacidades que possuímos coletivamente, ou que precisaremos desenvolver, para podermos alcançar nossa visão.


O plano estratégico nada mais é do que uma consolidação de ideias, que por si só não produzem resultado algum. Ao contrário, é na implementação dessas ideias que a organização vai obter o melhor da estratégia. 

Com informações do site de planejamento estratégico do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região

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