Estão acabando com o cerrado goiano

Por Dinomar Miranda, 


Não sou contra o agronegócio. Pelo contrário, acho que este ramo da atividade econômica tem uma parcela importantíssima na economia brasileira, gerando riqueza, renda, trazendo prosperidade a milhares de famílias do país e alimentando milhões mundo afora.

Mas há que se ter um equilíbrio entre a produção na agricultura e a conservação ambiental. 

Há que se ter uma produção sustentável, para que parte considerável da massa verde e sua biodiversidade seja conservada.

No entanto, não é o que se vê no cerrado brasileiro, especialmente no nordeste goiano. 

Nos últimos dez anos houve uma avanço sem precedentes do agronegócio na região, notadamente entre os municípios de São Gabriel e Alto Paraíso  de Goiás.

Quem passou pelo local há uma década e voltasse hoje, tomaria um susto. Em quase 200 km em linha reta pela GO-118 o que se vê é desolador. 

A grande savana com suas gramíneas, árvores de pequeno porte, arbustos, cupinzeiros e suas veredas foram praticamente dizimadas. 

No local, grandes áreas desmatadas, servindo de abrigo às grandes plantações de milho, feijão, sorgo e até soja. 

A massa verde também tem sido destruída abruptamente para dar lugar a vastas pastagens que alimentam o gado que se multiplica cada vez mais. 

O avanço do agronegócio somente foi barrado, na direção norte, próximo a Alto Paraíso de Goiás, graças à presença do Parque Nacional Chapadas dos Veadeiros, de 65 mil hectares. 

E o governo de Goiás, irresponsavelmente, a tudo assiste sem tomar qualquer ação legítima. 

Prefere manter-se num silêncio absurdo  a enfrentar a grande ameaça de extinção desse importante bioma da flora brasileira.  

Nenhum batalhão de polícia ambiental, voltado para coibir os crimes ambientais e dar apoio a órgãos fiscalizadores como o IBAMA, o governo foi capaz de criar. 
Somente o Estado, com sua mão pesada e sob a batuta da lei é capaz de frear os exageros do mercado do agronegócio e trazer o desejoso equilíbrio entre a preservação do cerrado e o desenvolvimento econômico da região, que todos anseiam por vir.   

A situação é emergencial e poucos são os órgãos de imprensa que  dão a atenção devida ao problema que vem solapando o equilíbrio ambiental do nordeste goiano e sua magnífica fauna e flora. 

O resultado disso é catastrófico e a sociedade civil organizada espera uma reação firme dos órgãos estatais.







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