Justiça rápida: em dois meses, homem que matou mulher em shopping de Brasília é condenado


Dois meses e vintes dias. Este foi o tempo decorrido entre o assassinato de Fernanda Grazielly de Almeida Alves, de 24 anos, em um shopping de Brasília, e a condenação de seu ex-marido e assassino, o comerciário Victor Medeiros Borges, 29 anos.
O assassinato foi na manhã dia 1º de março de 2013. Na última quarta-feira, 22 de maio, pouco depois de dois meses, o comerciário foi condenado a 18 anos de prisão, em regime fechado.
Os jurados acolheram as qualificadoras do Ministério Público, que incluiu motivo torpe e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A pena calculado foi de 19 anos, no entanto, como o Victor confessou o crime, teve o abatimento de um ano da pena.
O tempo de tramitação do processo foi surpreendente, principalmente para um país acostumado a ver casos de assassinatos confessos por quinze, vinte anos sem solução.
Um sofrimento para os parentes das vítimas e uma sensação enorme de impunidade para a sociedade.
Crime chocou Brasília e ocorreu em um dos mais badalados shoppings da capital

Com três golpes de faca no pescoço, o comerciário Victor Medeiros Borges matou a sangue frio a ex-mulher, Fernanda Grazielly de Almeida Alves, de 24 anos, dentro do seu local de trabalho, o Terraço Shopping, um dos mais movimentados de Brasília, a 15 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, ao lado dos bairros Cruzeiro e Sudoeste/Octogonal.
Preso em flagrante, o assassino foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil, sem chance de defesa à vítima e com crueldade.
O ex-marido invadiu a loja em que ela trabalhava e desferiu golpe de faca. Fernanda correu para a área do provador, mas foi atingida por outra facada na nuca.
A vítima ainda conseguiu correr para fora do estabelecimento, gritando por socorro, mas caiu atrás do balcão de informação, próximo a uma cafeteria.
Durante o depoimento, o acusado confessou que não aceitava que Fernanda estivesse com outro namorado.
Victor contou que a intenção era cometer suicídio na frente da vendedora, na loja em que ela trabalhava. Porém, quando Fernanda revelou que estava em relacionamento com outra pessoa, Victor teria perdido o controle.
A promotoria mostrou a faca com sangue para o réu e perguntou se tinha sido com aquela faca que ele tinha matado a vendedora. Victor abaixou a cabeça e não conseguiu olhar a faca.
Mais cedo, o depoimento de um amigo do acusado causou polêmica no tribunal. “O Victor só pode ter feito isso porque algo o impulsionou”, afirmou o rapaz, que disse que Borges era “um cara de bem com a vida”. O juíz Sábio Esteves questionou “Então ela foi responsável pela própria morte?”.

O amigo respondeu: “Ela não foi responsável pela morte, mas poderia ter evitado se tivesse terminado o relacionamento definitivamente. Ele não queria dividir ela com outra pessoa”.
Uma ex-funcionária afirmou, também em depoimento, que recebeu uma ligação de Victor e disse que não sabia de Fernanda, pois não trabalhava mais no shopping.
Victor respondeu que quem estivesse perto de Fernanda corria perigo. A testemunha telefonou para Fernanda alertando-a da ameaça quinze minutos antes do crime.
Justiça mais rápida depois de reforma processual
Com informações do CorreioWeb