Nelson Soares: “Quero ser pré-candidato a governador do Estado de Goiás para fazer avançar o desenvolvimento humano e a democracia”

Senhores dirigentes estaduais e nacionais do Partido Popular Socialista:
É uma prerrogativa de todo militante legalmente filiado a um partido político, em dias com suas obrigações, postular-se como pré-candidato aos cargos eletivos. 
E servindo-me deste direito é que, neste momento, coloco o meu nome como pré-candidato a governador do Estado de Goiás. Com mais de 15 anos de militância política – radicado na Capital do Estado –, sinto que não posso fugir da responsabilidade neste momento histórico em que minha alma ouve a voz do povo que grita por mudança na política em todos os cantos do País.
Sou um cidadão, nascido homem simples do povo no povoado de Ouro Minas, cidade de Nova Roma, no chamado Nordeste Goiano, conhecido como Corredor da Miséria do Estado de Goiás.
 Como tal, vivi e sofri todas as agruras que meus irmãos ainda vivem naqueles rincões espalhados por mais de vinte municípios – onde a fome é visita constante e a necessidade uma companheira inoportuna. Fui brindado pelos deuses por uma alma indomável e singrei os sertões em busca de esperança logo cedo na vida. 
Aos 12 anos fui presidente do Grêmio Escolar do Colégio Estadual Germana Gomes e, como tal, tive a oportunidade de conviver com a luta pelo retorno da democracia no nosso país. No nosso Estado, aliei-me às lutas do Centro dos Professores de Goiás, comandado por homens que tinham colocado suas vidas em risco na luta por democracia e liberdade.
Foi neste clima que minha alma se expressou no mundo político e recebeu as impressões que marcam meu ser até os dias de hoje, e que certamente não vacilaram na luta pela consolidação de uma conquista nunca totalmente iniciada e levada a cabo em nosso Estado: a luta por desenvolvimento humano e democracia. Sim, a luta por desenvolvimento humano, liberdade e democracia foram esquecidas no Estado de Goiás. 
Nos anos seguintes, o Estado, governado pelo PMDB e capitaneado por Iris Rezende Machado, esqueceu-se do povo. Aliou-se às camadas mas retrogradas da sociedade, tornou-se perseguidor dos fracos e oprimidos, dando azo ao aumento da violência e do caos. Como se não bastasse, alguns políticos tornaram-se corruptos e corruptores, quebraram o Estado e fragilizaram as instituições da sociedade civil organizada.
No ano de 1998, chegou ao poder um jovem que se apresentou à sociedade como o moço de Camisa Azul. Era herdeiro dos dissidentes do PMDB, considerados os maiores defensores da democracia. 
Entretanto, aquele jovem logo se aliou ao que de mais atrasado tinha na política de nosso Estado e esqueceu mais uma vez o ideal da liberdade, e igualdade para todos e entre todos, esqueceu de que era preciso investir no ser humano para se ter desenvolvimento e democracia.
 No início, houve sinais de que a esperança retornaria, mas logo a perseguição recomeçou, a mesma velha forma de fazer política do aliciamento, da corrupção, do mau uso da verba pública e do desvirtuamento dos ideais. Foi assim que até  as boas ideias que pautaram o início do governo como a Bolsa Universitária e a criação da UEG, transformaram-se em problemas quase insolúveis.
Aprofundando o desgoverno da situação, o sucessor fez o Estado ficar estagnado por quatro anos, perdeu-se nas filigranas do poder, e sem nenhuma grandeza permitiu que a violência aumentasse na sociedade, a saúde se transformasse em um caos, a educação relegada a segundo plano e a ordem social foi abandonada. 
Quatro anos depois, o PPS e eu estávamos lá, defendemos o retorno do moço da Camisa Azul, que agora já não era mais um moço, se sim um homem maduro – com mais de 50 anos. Todos acreditavam que seria o melhor governo da vida dos goianos, mas, logo que tomou posse, os velhos métodos da disputa política se apresentaram: o aliciamento, a traição, o conchavo e nenhuma preocupação com o bem-estar da população. 
Eu dei o meu grito e não fui ouvido, pelo contrário, fui perseguido e vilipendiado por aqueles que não tinham nenhuma outra preocupação do que conseguir um cargo na estrutura do Estado para servir a satisfação dos interesses pessoais.
Foi com tristeza em meu coração que vi direitos dos trabalhadores sendo retirados, professores sendo perseguidos, servidores públicos de todos os tipos sendo tratado como bandidos.
 Lutei com todas as minhas forças para que o debate fosse mediado, para que houvesse democracia, a voz do povo fosse ouvida. E mesmo internamente em nosso partido, a democracia só pôde ser garantida pela intervenção direta da direção nacional, tamanhos se tornaram nos maus costumes em nosso Estado.
Nós nunca desistimos do diálogo e nem tão pouco da defesa dos trabalhadores. Fomos humilhados, ultrajados pelo governo como se não tivéssemos o legítimo direito de lutar e defender os direitos daqueles que não conhecem o exercício e a prática da cidadania. 
Não nos calamos, não nos calamos jamais. Como se não bastasse, nos últimos quatro anos, houve um recorde de escândalos políticos no nosso Estado. Da Operação Monte Carlo do sr. Carlos Cachoeira às mais diversas atrocidades, assistimos de mãos atadas sem nada poder fazer. E eis que se aproxima o tempo de dar ao povo a oportunidade da mudança.
Agora os lacaios do poder todos querem se apresentar como a novidade que vai mudar a situação. Não vão, senhores dirigentes. Não irão. O novo neste momento somos nós que passamos o tempo todo ao lado do povo, sofrendo com o povo e ouvindo a voz do povo. 
O PPS é o único partido livre em Goiás, os demais estão todos vendidos às estruturas arcaicas de poder, cuja lógica é retirar lucro financeiro do setor público para enriquecer as expensas privadas.
É por acreditar, senhores dirigentes, que o PPS é um partido livre, de homens e mulheres que não se vendem e que lutam por um país com desenvolvimento humano, com democracia e justiça social, que lhes peço a oportunidade de me colocar como pré-candidato a governador do Estado de Goiás. 
Vamos dar ao povo uma chance de votar realmente no novo. Vamos dar ao povo uma chance de mudar os rumos deste Estado e acreditar que é possível colocar o ser humano em primeiro lugar.
Sincera e fraternalmente,
(Nelson Soares dos Santos, secretário-geral do PPS Metropolitano; diretor da Fundação Astrogildo Pereira em Goiás; membro da direção estadual do PPS do Estado de Goiás.)

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