Vai vendo: Mãe do menino que caiu de prédio em Recife era paga com verba pública
Mirtes Renata de Souza, mãe do menino Miguel Otávio, de 5 anos, que faleceu após cair do nono andar de um prédio, era contratada como servidora pública da Prefeitura de Tamandaré.
O patrão da empregada doméstica é o prefeito da cidade, Sérgio Hacker Corte Real (PSB), que no dia 1º de fevereiro de 2017 inseriu a sua funcionária pessoal no quadro dos servidores do município. A informação está no portal da transparência de Tamandaré.
Registro aponta para uma suspeita de fraude
Mirtes trabalhava como empregada doméstica na casa do prefeito na capital, a 100 km de Tamandaré, porém em dia de semana, Mirtes não tinha expediente na prefeitura, e sim na casa do prefeito.
Relembre o caso
Após o filho de uma empregada doméstica, de 5 anos, morrer ao cair do 9º andar de um prédio onde a mãe trabalhava, em Recife, a patroa foi presa. Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, a mulher teria se descuidado e esqueceu de cuidar do menino enquanto a empregada saiu do apartamento para passear com o cachorro da família.
O acidente aconteceu na tarde da última terça-feira (2). Imagens de câmeras de segurança mostram que Miguel Otávio Santana da Silva, foi deixado sozinho no elevador pela patroa, após a mãe, Mirtes Renata, sair minutos antes.
Ao voltar para o condomínio, a mãe do menino se deparou com a criança caída no chão e um médico que mora no condomínio prestando socorro à vítima.
Segundo relatos de moradores à polícia, ouviram o menino gritando pela mãe, possivelmente no momento em que ela estava passeando com o cachorro da patroa.
O menino estava com a mãe no trabalho porque a creche em que estudava está com as atividades suspensas, devido à pandemia do coronavírus.
A funcionária e a patroa foram ouvidas pela polícia, logo após a queda da criança. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Ramon Teixeira, foram iniciadas as investigações para saber de quem era a responsabilidade por deixar a criança sozinha e foi apurado que a patroa da mãe do menino deixou ele sair sozinho pelo elevador.
Negligência da patroa
O delegado informou que o menino tentou entrar no elevador atrás da mãe, que o havia deixado sob a responsabilidade da patroa, e foi afastado.
Teixeira declarou culpada a patroa por negligência, já que poderia ter evitado o acidente apertando o botão e fechando a porta do elevador.
A patroa da empregada doméstica foi presa suspeita de homicídio culposo, quando não tem intenção de matar, prestou depoimento e foi estipulada uma fiança no valor de R$ 20 mil. Após o pagamento, ela obteve a liberdade provisória.
Segundo a polícia, a conclusão do inquérito para ser remetido ao Ministério Público Estadual, tem o prazo de 30 dias. Após o recebimento, o órgão analisará se denunciará, ou não, o caso à Justiça.