Câncer: em 2014, meninas entre 11 e 13 anos serão vacinadas contra o HPV. Muitos pais resistem

Governador Agnelo Queiroz
acompanhou a campanha de vacinação 

Por Dinomar Miranda, 

O câncer de útero é um dos que mais mata
mulheres no Brasil, chegando a 24% de todos os cânceres registrados.  

Uma das grandes causas deste tipo de câncer é o vírus HPV (papilomavírus
humano).  
O HPV é transmitido, na maioria das vezes, através de relações sexuais, ou seja é uma das DSTs (
Doenças Sexualmente Transmissíveis). 

Só no ano passado, a doença causou a morte de 90 mulheres no Distrito Federal, segundo dados da Secretaria de Saúde.

Preocupado com o alto
número de incidência de câncer deste tipo e também pelo  alto custo do tratamento do HPV,  o governo de Brasília resolveu inovar.

Começou a vacinar meninas
entre 11 e 13 anos e por uma questão obvia: e
m sua grande maioria, elas não têm uma vida sexualmente ativa e quando tiverem, estarão protegidas contra
o vírus.

Mas o governo encontrou uma resistência séria:
os pais. 



Por ignorância ou preconceito, muitos acham que a vacina prepara a menina para a
vida sexual e resistem, não autorizando a imunização ou simplesmente não levando as filhas aos postos de saúde. 
Mesmo com esse
contratempo, o Governo do Distrito Federal está na vanguarda. 

A Secretaria de Saúde aplicou, em outubro
passado, a terceira etapa de vacinação, composta de três doses. 

E de forma
inteligente, encontrou na escola um parceiro interessante. 



Já que os pais
resistem em levar os filhos aos postos de saúde, a vacina tem ido até à escola e
conta com o apoio estratégico dos educadores, inclusive aqueles que ministram aulas
de educação sexual.




Meninas do Brasil
inteiro serão vacinas em 2014


O Ministério da Saúde anunciou que em
2014 a rede pública vai disponibilizar a vacina contra o HPV. 

Ficou
estabelecido que a vacinação será, inicialmente, para meninas de 11 e 13 anos. 

Em 2015, a faixa etária será de 9 e 10 anos. Atualmente, esta vacina existe no
Brasil apenas na rede privada, custando em média de R$ 350 a R$ 500 a dose. 

Esta será a primeira vez que a população terá acesso gratuito a uma vacina que protege contra câncer. A meta é vacinar 80% do público-alvo, que atualmente soma 5,2 milhões de pessoas. 

O vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, apresentando a segunda maior taxa de incidência entre os cânceres que atingem as mulheres, atrás apenas do de mama.

A vacina, que estará disponível a partir de março de 2014 (1ª dose), é a quadrivalente, usada na prevenção contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). 
Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer. O imunobiológico para prevenção da doença é seguro e tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.
    
HPV
O HPV é uma doença sexualmente
transmissível que pode desencadear o aparecimento de verrugas na região genital
e os cânceres de colo do útero, vulva e vagina. 

A cada ano, no mundo, o número
de mulheres com câncer de colo de útero gira em torno de 500 mil, com 275 mil
mortes. 

No Brasil, cerca de 18 mil casos novos aparecem, com 5 mil mortes por
ano. Existem mais de 100 tipos de variasções do vírus HPV, mas apenas quatro
deles possui vacina de prevenção.
O vírus é responsável por 99,7% dos
casos de câncer do colo de útero e pode ser adquirido já no primeiro contato
sexual por uma em cada dez meninas que iniciam a vida sexual.
Normalmente as vacinas não necessitam
de prescrição médica, a não ser que não esteja em faixa etária previstas em
bula.
“As mulheres que chegam ao consultório
do ginecologista e já iniciaram a vida sexual ou já tiveram a infecção pelo HPV
também podem ser beneficiadas com a vacina. Os estudos atuais mostram que a
vacinação previne recidiva e progressão das lesões HPV existentes”, comenta.
O HPV pode causar duas doenças:
verrugas e lesões precursoras de neoplasias de colo, vagina, vulva e ânus. 

Os
tratamentos vão desde aplicação de ácidos, cremes, cauterização até vaporização
por laser. Nas lesões precursoras do câncer de colo de útero, pode ser indicada
retirada de parte do colo de útero, por vezes necessária para impedir a
evolução para o câncer.

Com informações do Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do DF

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