Jornalista da Revista Carta Capital diz que TV Justiça errou em transmitir o mensalão. Rebato, caro leitor. A TV Justiça foi magnífica


Errou o prestigiado jornalista Mauricio Dias, da Revista
Carta Capital, ao tentar, a todo custo, defender os mensaleiros do PT, dizendo
que a TV Justiça serviu à espetacularização, ao mostrar, ao vivo, o julgamento
do mensalão.
Segundo Dias, na edição da revista do último dia 27 de novembro, com a transmissão da TV Justiça, “O julgamento ganhou ainda mais dimensão de um linchamento sem sangue.  Afora órgãos do jornalismo impresso e as tevês comerciais, ampliaram a dimensão
do julgamento e deformaram o objetivo da transmissão: a publicidade usada para
proteger réus, serviu à curiosidade mórbida do telespectador”, argumentou o nobre autor da seção Rosa dos Ventos, do prestigiado semanário.

Prezado Maurício, pelo contrário, você não tem razão. Você enseja defender o indefensável. 

A TV Justiça deu um show de cidadania ao
apresentar, na íntegra e ao vivo e sem corte, todo o julgamento histórico da
ação penal 470. 

Na mesma semana em que começou a transmissão da TV Justiça, eu percebi a importância das transmissões e vim aqui neste Blog, em 3 de agosto de 2012, escrever a respeito do tema.
Naquela oportunidade, caro Mauricio, eu dizia que a “transmissão ao vivo do julgamento do
“Mensalão” no Supremo Tribunal Federal para todo o país, pela
televisão e pela internet, tem uma contribuição fantástica para o
amadurecimento da democracia brasileira. 
Poucas
Cortes mundo afora têm a coragem e a ousadia de expor os seus magistrados,
principalmente de Supremas Cortes, como tem feito o Brasil, em transmissões ao
vivo pela TV. 
É
comum e histórico, e até faz parte da cultura dos togados, dos magistrados, restringirem, ao máximo, os conteúdos dos seus
julgados, de seus votos, a íntegra de seus relatórios. 
As
transmissões de julgamentos como este, além de expor sobremaneira os
posicionamentos dos juízes, seus votos, suas fundamentações, expõe também
os inevitáveis embates entre os julgadores, que às vezes chega a
descambar para o lado pessoal. 
Ontem,
no voto preliminar de pedido de desmembramento dos processos de parte dos réus,
o bate boca entre o relator, ministro Joaquim Barbosa, e o revisor, ministro Ricardo
Lewandowski, que chegou a ser tachado de desleal, indica o quão tenso
e estressante é  e será um julgamento como este. 
E
tudo isso, assistido ao vivo, por milhões de brasileiros em suas casas, no
trabalho, nos veículos, pela TV, pelo rádio, pela internet,
 semelhante a jogos da copa do mundo, disputando ombro a ombro com o
maior evento esportivo mundial, as Olimpíadas, a audiência
das emissoras e dos sites. 
É
uma lição de cidadania para o mundo; é uma prova inequívoca do amadurecimento
da democracia nacional. 
E
com tamanha audiência; com milhões de olhos e mentes voltadas para o
julgamento, torna-se até mais difícil aos
ministros serem injustos com os próprios anseios da sociedade. 
Todos
ganham: a justiça brasileira, a democracia, a sociedade, a moralidade pública”,
escrevi à época.
Hoje,
após a condenação histórica de poucos corruptos brasileiros que foram para a
cadeia, acrescento que sem a transmissão da TV Justiça, realmente, o resultado
poderia ser bem diferente.
Porque
decisões judiciais escondidas entre quatro paredes é bem diferente… lá fala
mais alto o poder do réu, em detrimento ao poder da sociedade. A história vai
dizer que tem razão: A TV Justiça ou os mensaleiros.  É esperar para vê.

Leia
a matéria, de 3 de agosto de 2012, Transmissão
ao vivo do “Mensalão” é uma lição ao mundo

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