Médicos cubanos chegam a Campos Belos. Posse, Iaciara, Cavalcante e Teresina também receberão cubanos

Dr. Adilio Andres Torres Milan e
Dra. Aniurlis Calderon Aldana

Na última quarta-feira,11, estiveram na
Promotoria de Justiça de Campos Belos, para se encontrar com o promotor Paulo
Brondi, os médicos cubanos Adilio Andres Torres Milan e Aniurlis Calderon
Aldana, designados para o município.

Adilio Andres, médico há 15 anos, é casado e com
filhos, e, antes de vir ao Brasil, esteve em trabalho no continente africano, na
Guinea Equatorial, onde permaneceu por dois anos.

Aniurlis Calderon, por sua vez, médica há 10
anos, sem filhos, já esteve trabalhando na Venezuela por quatro anos. 

Na
oportunidade, contaram ao promotor sobre como está funcionando o convênio
firmado entre Brasil e Cuba, desmistificando algumas inverdades.

Afirmaram que permanecerão fixos na cidade de
Campos Belos pelos próximos três anos, sendo certo que uma vez por ano, por um
mês, poderão retornar ao seu país de origem para visitar os parentes, que
ficaram por lá.

Acrescentaram que, neste início, estão
percorrendo as áreas rurais – e os postos de saúde dos povoados de Pouso Alto e
Barreirão – para conhecer um pouco mais a realidade da região.

Contaram também que seu trabalho estará focado na
medicina de preventiva, intencionando evitar e tratar as costumeiras
enfermidades que assolam a população mais carente – maior parte do nordeste
goiano.

Disseram ainda que vêm ao Brasil com a intenção
de trocar experiências e vivenciar outras realidades, na expectativa de
conseguirem um crescimento profissional e se colocaram à disposição para
contribuir com novas ideias que possibilitem a melhoria na rede pública de
saúde.

“Tivemos acesso a um ensino gratuito de
qualidade e pudemos nos formar em boas faculdades, sem nenhum custo, porque são
públicas. 

A educação que recebemos foi sempre no sentido de levar a outras
pessoas o que nós recebemos também. 

Por isso, viemos ao Brasil no intuito de
ajudar a população e dedicarmos a ela toda nossa atenção. Estamos felizes”,
disse Adilio Andres


Os médicos afirmaram que recebem um auxílio
suficiente para viverem no Brasil e que parte do salário é direcionado pelo
governo de seu país diretamente aos seus familiares que lá estão.

Sobre
o sistema de saúde em Cuba, informaram que  já durante a faculdade (que todos cursam
gratuitamente), o foco maior do aprendizado é justamente na medicina
preventiva, contando ainda sobre as experiências do conhecido CMF (Consultório
Médico de Família).

O CMF é parecido os postos de saúde do Brasil, em
que cada família recebe visita domiciliar do médico alguns dias na semana; em
outros dias, há atendimento no próprio estabelecimento, ocasião em que são
realizadas palestras de conscientização à população (com assuntos variados
relacionados à saúde) ou a pequenos grupos de pacientes, realizando-se também o
atendimento pessoal.
Para o promotor 
Paulo Brondi, o encontro serviu para, além da troca de ideias, entender
a razão pela qual essas pessoas deixam seus lares e sua família e viagem até um
distante país para trabalhar.

“Não fazem isso por dinheiro ou porque o governo
manda, mas simplesmente porque foi essa a educação que receberam desde sempre,
de respeito ao próximo e de vontade em realizar um trabalho voluntário, embora
não gratuito, obviamente. Sentem-se felizes e satisfeitos com essa maneira de
trabalhar, só isso”.

O promotor afirmou que certamente o intercâmbio
de ideias e conhecimentos só ajudará no crescimento profissional dos médicos
estrangeiros e brasileiros, melhorando em muito a prestação do serviço de
saúde. “Merecem nosso respeito pessoas que vão aonde ninguém quis ir.”

Outras
cidades do nordeste goiano receberão médicos

Os médicos cubanos que trabalharão em Campos
Belos informaram que as cidades de Cavalcante, Iaciara, Posse e Teresina, todas no nordeste de Goiás, também
receberão profissionais de seu pais.


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