Lavagem de dinheiro: MP denuncia pai e filho em Campos Belos


Após procedimento de investigação criminal instaurado perante a Promotoria de Justiça de Campos Belos, o Ministério Público denunciou Donizete Soares da Silva, conhecido como “Veio”, e seu filho, Ralfer Soares da Silva, o “Ratão”, pelo crime de lavagem de valores, mais especificamente por converterem em ativos lícitos bens, direitos ou valores provenientes de infração penal para ocultar ou dissimular seu uso, conforme especifica a Lei 9.613/98.

O crime foi investigado pelos promotores de Justiça Paulo Brondi, Douglas Chegury, André Luis Duarte, Paulo Parizzoto, Diego Mendes Braga, Daniel Lima Pessoa e Julimar Alexandro da Silva. Houve ainda colaboração do promotor de Justiça de Palmas Rodrigo Alves Barcelos e o delegado Carlos Miguel Manso, daquela cidade, por meio de compartilhamento de provas.

De acordo com a denúncia, em 2011, os denunciados, para ocultar ou dissimular dinheiro proveniente do tráfico de drogas, compraram uma gleba de terras com área de 5,48 alqueires, desmembrados da Fazenda Rio de Pedras, em Campos Belos.

Em 2013, eles adquiriram outra área no município, desta vez com 9,14 alqueires também desmembrados da Fazenda Rio das Pedras. Durante 2012 e 2013, os denunciados compraram 58 reses. Ainda em 2012, eles compraram um imóvel no Setor Bem Bom, em Campos Belos.

Os promotores relatam que, em setembro último, o Grupo de Patrulhamento Tático e o Comando de Divisas da Polícia Militar, em cumprimento a mandado expedido pelo 8° Juízo Criminal de Goiânia, prenderam Donizete, conhecido traficante de droga nos Estados de Goiás e Tocantins. 

Donizete tem a cumprir um total de 24 anos e 6 meses de reclusão, penas relacionadas aos crimes de tráfico e associação para o tráfico de drogas e homicídio.

Já Ralfer, figura, segundo as investigações, é conhecido como um dos maiores traficantes do Tocantins, sendo líder do Primeiro Comando da Capital naquele Estado.

Ele foi preso em agosto passado, na cidade de Palmas, em razão da Operação Al Capone, deflagrada pela Polícia Civil, em investigação sobre sua participação no comando do tráfico. Com Ralfer, foram apreendidas grande quantidade de drogas, armas e dinheiro. 

A denúncia demonstra que Donizete, durante sua estada na região, identificava-se como Sr. Domingos, homem do campo, produtor rural e, para esconder a sua verdadeira atividade e lavar os capitais vindos do tráfico, adquiriu diversos bens na cidade junto com seu filho.

Aliás, é Ralfer quem figura nos contratos de compra e venda das propriedades rurais e na guia de transporte animal expedida pela Agrodefesa. Para os promotores, a sua participação era necessária para que o paradeiro de Donizete não fosse descoberto.

Bens 

A primeira gleba foi comprada por R$ 45 mil e a segunda por R$ 135 mil, enquanto o gado que estava nas propriedades foi avaliado em mais de R$ 30 mil. Por fim, a casa onde moravam duas filhas de Donizete, em Campos Belos, foi adquirida de Vanderson, também traficante de drogas na região, pelo preço aproximado de R$ 40 mil.

Os denunciados, já processados e condenados por crimes relacionados ao tráfico de drogas, dentre outros, inclusive homicídio, a fim de dissimular ou ocultar os valores provenientes deste delito, converteram-nos em ativos aparentemente lícitos, com a compra de móveis e imóveis. 

Os promotores informam que a Justiça já deferiu o pedido de sequestro desses bens, tendo sido realizada a venda antecipada do gado, arrematado por cerca de R$ 30 mil. Agora, o MP espera o recebimento da denúncia e a condenação de pai e filho pelo crime de lavagem de dinheiro, cuja pena é de reclusão de 3 a 10 anos e multa.

Texto: Cristiani Honório / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO

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