Ministério Público Federal apura desmatamento ilegal em território quilombola no Município de Cavalcante (GO)
O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás autuou, na última segunda-feira (8/6), Notícia de Fato (NF) para apurar desmatamento ilegal de cerca de mil hectares do território quilombola denominado Sítio Histórico do Patrimônio Cultural Kalunga, em Cavalcante (GO).
De acordo com dados iniciais extraídos de comparações feitas por imagens de satélite, foram desmatados efetivamente cerca de 530 hectares e há indícios de desmatamento de outros 267 de área da Fazenda Alagoas — propriedade particular não desapropriada e inserida no interior do território Kalunga —, mais precisamente nas proximidades da nascente do Rio da Prata, em Cavalcante (GO).
Segundo moradores da região, o desmatamento foi feito com o uso de “correntão”, uma técnica em que correntes presas a tratores suprimem, rapidamente, a vegetação.
Em entrevista, a secretária do Semad, Andrea Vulcanis, informou que não foram expedidas licenças para o desmate na região e que a mata estava absolutamente preservada antes da ação dos tratores e dos “correntões”.
No despacho que instaura a apuração no âmbito do MPF, o procurador da República Daniel César Azeredo Avelino reforça a legitimidade da atuação do MPF no caso, ainda que se trate de área particular e que a preservação do Rio Prata e da APA Pouso Alto esteja sob fiscalização do Estado de Goiás.
Como primeira medida, o MPF determinou à Polícia Federal (PF) a instauração de inquérito para a coleta de provas.
Íntegra do despacho.