Eleições 2014: Prepare-se para mais um festival de enganação


Por Jefferson Victor,

As eleições a cada dois anos exige cada vez mais criatividade dos candidatos para se elegerem e  aí entra em cena os estrategistas e especialistas em enganar o eleitor.

Se você pesquisar na internet, vai deparar com manuais escritos por políticos, ensinando formas as vezes até ilícitas para conseguir votos. 

Veja alguns exemplos inseridos nesse contexto e que são amplamente divulgados.

Mandam cartas a um pequeno número de eleitores em nome de adversários, insinuando que os mesmo estão ajudando os necessitados, isto se espalha e centenas de pessoas os procuram e diante da negativa, saem difamando o candidato, criando um desgaste muito grande, principalmente entre a população mais pobre.

Outra dica passada é não andar com dinheiro. Mostram a carteira vazia e inventam uma história que até comove o eleitor. Ter o nome no Serasa o exime de ser fiador de alguém e desta forma não deixa o eleitor aborrecido.

São orientados a visitarem hospitais em horários pré-determinados.  Os assessores descobrem os leitos e nomes dos pacientes e desta forma o candidato já chega chamando pelo nome, o que gera um grau de satisfação muito grande.  No entanto, devem ser rápidos, nunca mais de dois minutos, para evitar pagar a conta da farmácia.

Outra estratégia bem difundida é criar um batalhão da fofoqueiros. Pessoas são treinadas para caluniar e difamar seus adversários. Espalham em redes sociais, botecos e pontas de ruas, que funciona como um rastilho de pólvora e tem efeito devastador.

Procuram os pontos cruciais, tais como saúde, educação, segurança e desemprego. Sabem das deficiências desses setores, prometem melhoras substanciais e o povo, na esperança de ver este cenário mudado, acaba acreditando e votando.

Prometer obras faraônicas é outro fator determinante. O eleitor menos consciente acredita e convence outros a acreditarem, só depois se dão conta que mais uma vez foram enganados.

As técnicas são as mais diferentes possíveis, são verdadeiros profissionais a serviço de enganadores , são contratados a preço de ouro e os resultados são sempre favoráveis aos contratantes.

É comum em anos eleitorais governantes iniciarem obras de grande repercussão.  Usam isto como forma de mostrar que está trabalhando pelo município, porém, na maioria das vezes essas obras são paralisadas ou se arrastam por anos.

Enganar o eleitor é uma cultura que se arrasta por séculos, e mesmo hoje, com tanta tecnologia e informação, ainda é grande o número de pessoas que se deixam enganar ano pós ano.

Tenho acompanhado na imprensa e nas redes sociais, a grande troca de acusações entre oposição e governo.

Note que isso se intensificou em função do pleito eleitoral. Petrobras e metrô de São Paulo são os alvos da vez, mas à medida que se aproxima das eleições, as disputas vão ficando mais acirradas, cada lado acusa o outro como se fossem santos. Acusados e acusadores são sempre inocentes.

A mídia tem um papel relevante nesta disputa, do lado que ela estiver as chances de sucesso são bem maiores, ela tem o poder de persuadir e difamar.

As redes sociais são fortes ferramentas no período eleitoral, candidatos e partidários a utilizam da forma que lhes for conveniente, usam de todos os meios para se beneficiarem politicamente.

O modismo que predomina é o compartilhamento de fatos envolvendo políticos de lados opostos. Ali prevalece o partidarismo. Nem se quer dão conta da veracidade dos fatos, compartilham, comentam e defendem o lado que lhe for conveniente.

O período de caça está aberto. Prepare-se para o festival de enganação. As obras necessárias serão realizadas, as já concluídas todos dizem serem os idealizadores. No Brasil temos bons candidatos, porém uma grande parcela da população não valoriza o seu voto, se  deixam levar por tapinhas nas costas, promessas infundadas e influencia de lideres políticos.

Um exemplo de como somos enganados eu pude comprovar na eleição de prefeito realizada em 2013 na cidade de Campos Belos. Faltando cerca de dez dias para o pleito, fui à igreja acompanhando um sepultamento. 

Lá estavam oito políticos, todos solidários à família do falecido.

Cerca de cinco dias após a realização da eleição, vi passando um caixão, fui até a igreja e, supreendentemente, apenas um político compareceu. Não vou citar o seu nome, mas ele costumeiramente comparece, independentemente da ocasião.

Seja consciente, analise o perfil dos candidatos, valorize seu voto, não se deixe enganar, aprenda a dizer não aos maus políticos, só assim aprenderão que estamos em pleno século 21 e que  acabou  a época do coronelismo.

Esta é a nossa triste realidade.

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