Comunidade cigana de Cavalcante (GO) vai criar associação

Comunidade
dos Povos Ciganos de Cavalcante 

são Famílias que ainda preservam suas
tradições.


Por Evônio Madureira, 


Nas últimas décadas, pesquisadores concluíram que os ciganos no Brasil estão divididos em dois grandes grupos: Rom e Calon. 


O grupo Rom é dividido em vários subgrupos como os Kalderash, Matchuara, Lovara e Tchurara.  Do grupo Calon, cuja língua é o caló, fazem parte os ciganos que vieram de Portugal e Espanha para o Brasil. São encontrados em maior número no nordeste, Minas e parte de São Paulo. 

Os povos ciganos de Cavalcante são de origem do Grupo Calon. Hoje vivem mais de 40 famílias ciganas residentes no município de Cavalcante e outras dezenas estão espalhas pelos municípios de Alto Paraíso, Terezina de Goiás e Novo Alegre no Tocantins.


Apesar de viverem em Cavalcante há mais de 50 anos, os ciganos ainda sofrem muito com preconceito. Para combater o preconceito, com personalidade jurídica, uma das ciganas clã de Cavalcante, Selma Moreira dos Santos, resolveu participar do curso de capacitação de dirigentes de associações. 



Com isto, pretende criar uma associação dos ciganos de Cavalcante com a finalidade de difundir a arte, a cultura e a tradição cigana e lutar pelos seus direitos constitucionais.


Assim como toda minoria étnica (religiosa ou linguística), os ciganos têm direitos importantes. 


O primeiro deles é o direito de não ser objeto de discriminação.




Comunidade Cigana – “Povo invisível”

Muitos
talvez nem imaginam que esse povo começou a imigrar da Índia por volta do
século 16 a.c. Mas, como uma cultura em constante fuga ao controle da história,
existem mais versões do que fatos concretos. 



É certo que eles passaram pelo
Egito, Grécia, Irã, Ásia Ocidental, Romênia, e já no século 15 podiam ser
encontrados por toda a Europa. 

Perseguidos, excomungados, tachados de bruxos ou
odiados pela sociedade que não conseguiam submetê-los, os ciganos sobreviveram
graças às forças da sua alma indomável. 



Força essa que não lhes faltava nem a
beira da morte, quando aguardavam o extermínio com palmas e cantos.

Os
ciganos chegaram ao Brasil no século XVII, como degredados ou enviados de
Portugal para trabalhar como ferreiros e ferramenteiros. 



Os do grupo Kalon,
foram os primeiros a chegar e marcaram a sua presença fortemente nesta terra. 



Eles eram católicos, mas conheciam os mistérios da Mãe Natureza e sabiam que os
queridos ancestrais, podiam se comunicar, apesar de habitarem outros mundos.

Hoje
se estima cerca de 150 mil ciganos espalhados pelo nosso país. Dizemos que são
os nômades, justamente por ser os mais perceptíveis. Mas, se fôssemos considerar
os criptociganos (os ciganos ocultos, os não assumidos), esse número
triplicaria. Então seria quase que meio milhão de ciganos no Brasil.

Apesar
de não terem uma pátria, eles formam uma etnia, pois têm uma unidade
lingüística, o romani ou romanês, que é a língua do povo. O cigano possui a
pátria dentro de si mesmo. A sua pátria é onde ele está, o que é muito difícil
de ser entendido pelos gadje (não ciganos).



24 de maio – Dia Nacional dos Ciganos

A data foi instituída por um decreto assinado
pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 25 de maio de 2006, tendo
sido comemorada pela primeira vez em 24 de maio de 2007, pela SEPPIR em
parceria com o Ministério da Cultura.

O decreto
marcou o reconhecimento à contribuição da etnia cigana na formação da história
e da identidade cultural brasileira. 



O dia 24 de maio é dedicado a Santa Sara
Kali, padroeira dos povos ciganos.

Deixe um comentário