Macacos mortos alertam sudeste do Tocantins sobre suspeita de febre amarela

Três ossadas de macacos foram encontradas em Almas, no mês de maio
(Foto: Emmanuel da Silva/Arquivo Pessoal)

Após encontrar ossadas de macacos na região sudeste do Tocantins, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesau) emitiu um boletim de alerta para que os municípios intensifiquem a vacinação da população contra a febre amarela. 


O motivo do alerta é a suspeita de circulação do vírus transmissor da doença na região.


De acordo com o médico veterinário e analista em controle de zoonozes da Sesau, Emmanuel da Silva, no mês de maio foram encontradas ossadas de macacos das espécies guariba, prego  e soin, em Almas. Na semana passada, outra ossada da espécie guariba foi achada em Taguatinga.


Para verificar se os macacos estão com o vírus, os técnicos da Sesau irão para Taguatinga entre os dias 21 e 25 de julho. “Vamos capturar os primatas e fazer a coleta de sangue para saber se eles estão contaminados. Além disso, vai ser realizada a capacitação para técnicos do município”, explicou o veterinário.


De acordo com a gerente estadual da Dengue e Febre Amarela, Christiane Bueno, a mortandade de macacos é o primeiro indicativo da possível circulação do vírus, que pode ser transmitido ao homem. 


A recomendação é que todas as pessoas procurem os postos de saúde para receberem a vacina contra a febre amarela. O Tocantins está em uma região de risco para a doença, segundo Christiane.


Casos da doença


Segundo o veterinário, de 1999 a 2000 foram registrados 22 casos de febre amarela em humanos no Tocantins. Destes, nove pessoas morreram. Mas, depois deste período não foram mais registrados casos da doença em humanos.


“Anualmente nós registramos pequenos casos de febre amarela nos animais. Em 2008, foi constatada uma explosão de eventos, quando 39 primatas morreram no estado. De sete em sete anos, acontece esta explosão, o que significa que em 2014 e 2015 o ciclo se reinicia, por isso o cuidado”, acrescenta o veterinário.


Silva conta que a doença é transmitida para humanos através dos mosquitos contaminados pelo vírus. “Se as pessoas não imunizarem e entrarem na mata e forem picadas, elas podem ser infectadas. O vírus é mais agressivo que o da dengue e a pessoa pode morrer em sete dias”. 


O macaco é o reservatório do vírus. O veterinário contou que a população rural e urbana deve ser imunizada de 10 em 10 anos. A vacina é gratuita e está disponível em todos os postos de saúde para indivíduos a partir dos nove meses de vida.

As ossadas de macacos foram encontradas na zona rural de Almas e Taguatinga
(Foto: Emmanuel da Silva/Arquivo Pessoal)

Restos mortais de macacos podem ser indício da
presença do vírus, na região sudeste do Tocantins
(Foto: Emmanuel da Silva/Arquivo Pessoal)



Fonte: G1


EM 2011, Publicamos 

Morte de macacos em Arraias põe municípios em alerta

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