Abstenção alta no interior atrapalha vitória de Marconi no primeiro turno


O alto índice de abstenção verificado nas eleições de domingo em algumas regiões do Estado foi o fator preponderante que impediu a vitória do governador Marconi Perillo no primeiro turno, cuja possibilidade era indicada pelos institutos de pesquisa. 
Nas principais regiões onde os índices de votos do governador ultrapassaram, em média os 50%, e até os 60%, as abstenções foram muito mais altas do que nos territórios de forte concentração de votos da oposição.
Uma análise feita ontem mostra que em cidades como Goiânia, Anápolis, Aparecida e Senador Canedo, dominadas pela oposição, índice médio de abstenção ficou na casa de 13%. Ao mesmo tempo, em regiões como o Entorno de Brasília, norte e a região sul, de forte domínio marconista, a abstenção subiu para a casa de 21%, 24% e 22%, respectivamente. 
Os índices de abstenção não são medidos pelas pesquisas de intenção de voto e, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, esse foi um fator decisivo na variação de votos do governador, que acabou ficando três pontos percentuais abaixo do que a média dos levantamentos indicava. 
As diferenças nos índices de intenção de voto, em alguns casos, foram gritantes. Enquanto em Aparecida de Goiânia, por exemplo, onde Iris Rezende teve seu melhor desempenho, a abstenção foi de apenas 12%, em Itumbiara, o governador Marconi teve 67% dos votos válidos, e a abstenção ficou em 21%, quase o dobro. Em outras cidades do sul, de forte domínio de votos governistas, os índices também foram muito altos: Caldas Novas (26%), Goiatuba (23%), Morrinhos (18%).
Esse cenário se repetiu no comparativo de outras regiões. Enquanto em Anápolis a abstenção foi de 13%, em cidades do norte, onde Marconi obteve entre 50 e 60% dos votos, Uruaçu registrou abstenção de 23%, Porangatu de 25%, Minaçu de 31%, Niquelândia de 23%, São Miguel de 27% e Goianésia de 20%, apenas para ficar em alguns exemplos.
Outro paralelo pode ser feito entre Goiânia, com abstenção de 16%, e cidades do Entorno de Brasília. Em Luziânia, por exemplo, uma cidade com 113 mil eleitores e onde o governador obteve 62% dos votos, a abstenção foi de 20%. O mesmo índice de 20% se repetiu em Formosa, Águas Lindas e Valparaíso, todas cidades onde o governador venceu com larga vantagem. No nordeste goiano, outra região dominada pelo voto em Marconi, em Posse a abstenção foi de 23%, Iaciara 27% e Campos Belos de 29%.
Crescimento de Gomide também ajudou a levar para o segundo turno
O diretor do Serpes, Antônio Lorenzo, disse ontem em nota publicada pelo instituto que o crescimento experimentado pelo candidato Antônio Gomide nos dias finais da campanha ajudou a levar a eleição para o segundo turno. Segundo ele, em Anápolis e em outras cidades de influência do candidato, o caso da renúncia de seu vice, Tayrone de Martino, foi avaliada como uma tentativa de enfraquecer sua candidatura e isso lhe rendeu votos nessas cidades. “Esse certamente pode ter sido um fator”, disse o diretor do instituto.
As pesquisas divulgadas na semana da eleição apontavam para a possibilidade de a eleição ser definida no primeiro turno. Isso acabou não se confirmando pela somatória desses dois fatores: o alto índice de abstenção em regiões de forte domínio do voto marconista e o crescimento de Gomide na reta final da eleição.
De maneira geral, no entanto, os números das pesquisas ficaram dentro do que a eleição apresentou nas urnas. O governador Marconi Perillo, em primeiro, com uma larga vantagem de 18% sobre o segundo colocado, Iris Rezende.
Fonte: DM 

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