José Eliton garante frente de votos em três regiões do Estado



O vice-governador José Eliton (PP) agiu como um atacante nas eleições de Goiás durante o primeiro turno.  A estratégia adotada antes mesmo da convenção da base aliada mostrou que um dos trunfos do grupo seria a entrada em campo do vice, que dividiu bolas e puxou a equipe para o ataque.


Durante a campanha, José Eliton ficou responsável por gerir a campanha em três regiões: Entorno do Distrito Federal, Nordeste e Sudoeste goiano. A computação dos dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) mostra que seu desempenho favoreceu a candidatura do governador e de Vilmar Rocha (PSD), que postulou a vaga do Senado.


No Entorno do Distrito Federal, por exemplo, Marconi venceu em todos municípios. O resultado avassalador é fruto das próprias investidas do governador, claro, primeiro a desbravar a região de forma uniforme desde 1998. Todavia, o vice percorreu cada um dos municípios tendo em vista garantir e segurar uma massa volátil de votos da região, que foi alvo de constantes investidas tanto de Antônio Gomide (PT) quanto de Iris Rezende (PMDB) – que chegou a prometer ônibus a R$ 1 para moradores. 


A performance de Eliton é diferente, por exemplo, dos candidatos similares, caso dos vices de Iris Rezende, Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide. Para efeito de comparação, durante a campanha, José Eliton foi mais atuante que todos juntos. Basta pegar o caso de Armando Vergílio, deputado federal e candidato à vice de Iris Rezende, que teve um desempenho modesto, sem se aventurar a entrar em debates quentes ou em levantar bandeiras do grupo.


Cristão novo, Vergílio permaneceu apagado durante toda a campanha, sem polemizar uma única vez ou pautar manchetes. Do lado do PT, o vice, Tayrone Di Martino, protagonizou manchetes negativas, ao simplesmente renunciar à disputa. E do lado de Vanderlan Cardoso,  seu grupo otimizou a campanha de governador e escondeu o vice, o ex-vereador professor Alcides.  


Já José Eliton enfrentou abertamente as provocações de Ronaldo Caiado (DEM), apresentou dados em coletivas e partiu abertamente para cima da oposição quando a base era desafiada em temas como Celg, segurança e corrupção.


VOTOS


De nada adianta a defesa, entretanto, sem resultados. O trunfo do vice até agora tem sido os números. Em Luziânia, por exemplo, Marconi Perillo obteve 62% dos sufrágios, com 35 mil votos de frente do segundo colocado. 


Em Valparaíso de Goiás, outro colégio do Entorno, Marconi teve 47% dos votos. O desempenho na região metropolitana deve ser levado em conta quando se imagina que, por exemplo, em Valparaíso a prefeita é Lucimar Nascimento (PT). Em Novo Gama, o comando da prefeitura é também de não alinhado ao governo – o que poderia dificultar o desempenho, mas que não foi óbice para as estratégias de Eliton. 


Todas as cidades do Entorno deram vitória ao candidato à reeleição. José Eliton foi responsável também por comandar a base na região Sudoeste, onde tinha Rio Verde com preferência para Iris Rezende. Tradicional base irista, a capital do agronegócio terminou as eleições do último domingo com uma frente para Marconi de 10 mil votos (42% a 31%).  


Na mesma proporção,  por onde passava José Eliton, ocorreu um grande depósito de votos para Vilmar Rocha. Na região Nordeste,  a vitória do candidato do PSD foi massacrante, em 17 das 21 cidades. Alto Paraíso ( 57,55%), Alvorada do Norte (54,16%), Campos Belos (53,48%), Cavalcante (52,54%), Damianópolis (72,45%), Divinópolis (61,94%), Guarani de Goiás (57,32 %), Iaciara (51,16%), Mambaí (73,43%), Nova Roma (65,56%), Posse (54,23%), Simolândia (56,68%), Sitio d´Abadia (50,25%), Teresina de Goiás (61,66%), Vila Boa de Goiás (65,30%), Colinas do Sul (55,07%) e São João (60,89%) são alguns dos municípios/resultados que demonstram: investir na coordenação de campanha por região, tendo um articulador atuante, pode ser o diferencial numa campanha de fôlego.  


REFERENCIAL


Um referencial de que cada cidade tem suas características e pode influenciar o processo eleitoral é Posse, cidade onde o vice-governador passou a infância e adolescência, já que é natural de Rio Verde. No município, ele conquistou 69% dos votos. Mas antes desse desempenho, Ronaldo Caiado, em um tom pouco diplomático, teria criticado a base aliada e o próprio vice. O fato repercutiu negativamente e fez, por exemplo, Vilmar Rocha subir, atingindo 54,23%.  


Fonte: Diário da Manhã

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