Festival Intercolegial de Vídeo Ambiental e Cidadania chega a Campos Belos, Divinópolis, Cavalcante e Monte Alegre

“O cinema é um modo divino de contar a vida.”
(Federico Fellini)
Quem nunca quis ser artista de cinema ou tevê? A escola pode “despertar” no aluno o interesse em diversas áreas profissionais e ela tem a obrigação de fomentar a cultura na comunidade escolar.
Existem diversos projetos que vão até aos colégios levando arte em suas diversas linguagens, contudo, é necessário favorecer aos educandos e seus docentes estruturas para a produção artística. A magia do cinema ao alcance da comunidade escolar, o Fivac disponibiliza oficinas de produção de vídeo para professores e alunos da rede pública de ensino.
Em 2013, o vocalista da banda Mr. Gyn, Anderson Richards foi um dos jurados e comentou que nossa cultura precisa de incentivo. O Festival abrange hoje: Aparecida de Goiânia, Aragoiânia, Bonfinópolis, Caldazinha, Hidrolândia, Senador Canedo, Campos Belos, Cavalcante, Divinópolis de Goiás, Monte Alegre de Goiás, Teresina de Goiás, comunidade Kalunga.
Conversei com alguns participantes das outras edições do Festival: Como foi participar do Fivac?
– Iara Pereira de Queiroz: “Olha, para mim é uma honra poder participar de um projeto que envolve a escola, acho isso importante, essa interação entre professor e aluno, principalmente quando se trata de arte, porque o projeto Fivac incentiva a arte na escola. Com esse projeto podemos levar um projeto de divulgação com outras escolas incentivando essas outras escolas a também divulgarem seus trabalhos e participarem com seus projetos.”
Você acha que a arte pode trabalhar em conjunto com a educação?
– Iara Pereira: “Claro! Não só pode como deve, eu por exemplo sou profissional da educação e formada em Física, porque na verdade os projetos artísticos dentro da educação dentro da escola incentiva o aluno, porque às vezes, principalmente, com essa questão hoje da desistência do aluno na escola.
Então, seria um meio, um incentivo de buscar esse aluno, de trazer ou manter o aluno dentro da escola, com atividades que desenvolvam esse talento artístico, porque muitas das vezes esse jovem desconhece seu talento, então é uma forma da escola descobrir e quem sabe do mundo descobrir esses novos talentos que podem estar saindo do meio educacional.”
Thaynara: “Olá, meu nome é Thaynara, fui aluna aqui do colégio desde o primeiro ano, participei do Fivac no ano de 2010.” – Como foi para você como aluna participar de um festival, trabalhar com vídeo, sair de sala… como foi essa experiência? – “Foi maravilhosa e superimportante, porque nós saímos daquela rotina de sala de aula e foi reconhecido nosso trabalho.
Fizemos aqui, repercutiu bastante, está na internet, as pessoas reconhecem a gente. Foi muito bom, e é um trabalho que a gente gostou até de repetir novamente esse ano inclusive.”
Maicon: “Olá, meu nome é Maicon e fui diretor do filme Nós somos a revolução do ano de 2013 e também fui o responsável do curta de 2010 Thriller in the School que fez bastante sucesso aqui no colégio Colina Azul.
Fivac é uma oportunidade imensa para alunos que vão se descobrindo no meio do audiovisual uma chance de mostrar o seu lado criativo, a sua opinião e também a chance de mostrar diversos assuntos, como cultura e determinada história que ele às vezes quer passar de uma forma bem diferente, nesse caso por meio do trabalho em equipe, através de um meio cinematográfico.”
Dentro dessas possibilidades você acredita que o aluno pode aprender uma nova profissão? – Maicon: “Com certeza, às vezes você tem uma certa mentalidade de uma profissão, mas tem algo oculto no seu subconsciente seja no campo da filmagem, fotografia, direção, atuação, sonorização…
Então é interessante, porque você tem várias formas de abordagem e de trabalho dentro de um filme que às vezes você aplicaria essa sua criatividade esse seu talento em outra profissão e você acha que é bem mais interessante, bem mais divertido e intelectual trabalhando no campo do áudio e visual.”
Ariane como você educadora, coordenadora, vê esse tipo de abordagem dentro de uma escola, trabalhar vídeo com aluno? – Ariane: “Bom, eu acho bem interessante desde o primeiro, quando a proposta surgiu, porque ele incentiva o protagonismo juvenil.”
Os jovens podem no caso dos festivais de vídeo escolher o tema em que eles querem se aprofundar, estudar, gravar e dessa forma eles atacam duas questões ao mesmo tempo, o trabalho com o audiovisual nessa experiência e também a pesquisa.
A partir desse tipo de produção ele começa também a se sentir responsável um pouco pela comunidade e pela escola onde ele estuda, onde ele faz parte, então, ele se torna um pouco responsável também pelos colegas, pela questão de frequência de participação, de envolvimento no trabalho pedagógico da escola.
Conversei também com o diretor do colégio Estadual Colina Azul. Como você define o Fivac? – Rui Fernandes: “Olha, o Fivac para nós é um festival de vídeo muito importante, é a oportunidade para que as escolas possam desenvolver ações no sentido de estimular o protagonismo juvenil produzindo filmes que são mostrados nesse festival.
A escola passa a usar uma metodologia diferenciada, o uso da tecnologia, que não vai ser aquela avaliação fechada, pode ser uma avaliação aberta, onde se considera aquilo que o aluno produziu, foi atrás, pensou, elaborou um roteiro, filmou ali dentro do grupo de sala de aula.”
Um trabalho como o Fivac pode auxiliar também em relação à diminuição da evasão e melhorar o índice de nota e aprendizado do aluno?
– Rui Fernandes:“O que nós percebemos é que aqueles alunos que produziram os filmes ficaram muito mais motivados a vir para a escola.
Tínhamos casos de alunos que tinha muito tempo que reprovava, cerca de quatro anos, e a partir do momento que começou a fazer o filme, começou a participar, começou a sentir mais estímulo de vir para a escola, e com isso esse aluno teve a sua aprovação, depois de quatro anos, muitas vezes por desistência achando a escola desmotivada, chata com isso este aluno se motivou e conseguiu concluir o seu ano letivo.
Eu enquanto gestor da escola considero positiva essa iniciativa, pois, estimula o protagonismo juvenil, reduz a evasão escolar e aumenta o gosto do aluno em permanecer na escola e em ser aprovado.”
Cultura e arte andando de mãos dadas em prol dos nossos estudantes.
(Edson Barbosa, escritor, fotógrafo e educador)
Fonte: DM