Fracassa tentativa de acordo para por fim a greve de servidores. Ninha reluta e afirma não ter verba para bancar novo Plano de Salários





Na tarde desta segunda-feira, 10, foi feita uma reunião no gabinete da Promotoria de Justiça de Campos Belos, entre o promotor de justiça, Paulo Brondi, e representantes do movimento grevista dos servidores administrativos do Poder Executivo.


Dentre os participantes, o presidente do SINDIBELO e representante da Central Única dos Trabalhadores, Adroaldo “Baiano”,  além do Procurador do Município, Gesiel de Almeida, e o Vereador “Nego da Patrol”.


Os grevistas reivindicam a elaboração, pelo Poder Executivo, do Plano de Carreira dos Servidores Administrativos de Campos Belos, que há 20 anos já deveria ter sido tornado lei. 


No entanto, segundo o promotor Paulo Brondi, há quase um ano o município tem postergado a entrega do projeto, o qual, até onde se sabe, foi elaborado de forma unilateral, sem a participação do sindicato. 


“Ao que se sabe, o plano já está pronto, mas o Prefeito Municipal, Aurolino Ninha, ainda não o apresentou aos servidores. No intuito de intermediar as negociações, o MP agendou uma reunião para o dia de hoje”, disse Paulo Brondi. 


O problema foi exposto pelos servidores ao Procurador do Município. Foi proposto um acordo, que consistiria em que o Prefeito, no prazo de uma semana, encaminhasse o Plano aos servidores, para análise e discussão. 


Durante a reunião, foram realizados vários contatos telefônicos com Ninha, a fim de conseguir um termo que se ajustasse bom para as partes. 


No entanto, Ninha mostrou-se relutante, afirmando ao fim que não encaminharia este ano o projeto, nem para os servidores e nem para a Câmara de Vereadores, por falta de recursos para o pagamentos dos salários e vantagens.


Diante do impasse, os servidores decidiram continuar em greve.


Na oportunidade, o promotor de justiça advertiu o Prefeito, por intermédio do Procurador do Município, Gesiel de Almeida, que o Ministério Público vai aprofundar as investigações a respeito de servidores contratados sem concurso público para ocuparem cargos inexistentes na Administração Pública.


Nas últimas semanas, o MP expediu Recomendações a alguns secretários municipais e ao Prefeito para a rescisão contratual de servidores admitidos sem concurso público.


Ofícios também foram serão expedidos nos próximos dias requisitando-se dos secretários municipais informações acerca de pessoas contratadas para substituírem servidores em greve, o que a Promotoria de Justiça considera ilegal e uma afronta à própria Constituição e ao direito grevista.


“O MP, como instituição mediadora de conflitos, tentou obter um acordo para o fim da greve. Por determinação do Prefeito, essa tentativa foi frustrada. O Poder Executivo não cedeu à reivindicação dos grevistas de, pelo menos, ter vista do seu Plano de Carreira, pelo qual a categoria luta há tantos anos. 


É um absurdo que uma categoria tenha que lançar mão de uma greve porque o Poder Executivo simplesmente se nega a elaborar e encaminhar o Plano de Carreira. 


O MP continuará vigilante, inclusive nos casos de contratação temporária de servidores para substituir os grevistas. Isso é ilegal e não será aceito”, afirmou Paulo Brondi, representante do Ministério Público de Goiás.


O Promotor pediu que quem tiver conhecimento da contratação – inclusive com nomes e local de lotação – temporária de pessoas em substituição aos servidores em greve denuncie de imediato. “O anonimato será preservado”, garantiu o promotor.

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