Série de reportagens: maior potencial mineral do Nordeste Goiano, Monte Alegre de Goiás amarga um dos piores IDHs do estado
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Por Jefferson Victor,
Elevada à condição de município em 1947, Monte Alegre de Goiás possui uma das maiores áreas do Estado de Goiás.
Segundo fontes do IBGE, sua área possui 3.119.808 (km²), faz fronteira com Arraias(TO), Campos Belos, São Domingos, Divinópolis, Nova Roma e Cavalcante.
Distante 370 quilômetros de Brasília, Monte Alegre é um dos mais promissores municípios do nordeste goiano para implantação de projetos agropecuários e extração de minérios.
O município viveu o seu ápice nos anos de 1973 a 1985, com o surgimento dos garimpos Passa e Fica e Riacho dos Cavalos e outros, com milhares de garimpeiros vindos de todos os cantos do país para exploração de Cassiterita e Tantalita.
Com a decadência desses produtos em função da baixa de preço no mercado internacional, tornou-se inviável a exploração desses minérios, e com isso houve um grande esvaziamento da região pela maioria dos aventureiros, iniciando-se assim uma estagnação na economia do município, e consequentemente uma diminuição na qualidade de vida de sua população.
Segundo geólogos, o município de Monte Alegre possui uma grande diversidade de minérios.
Seu território é muito montanhoso e contém rochas metamórficas (mudam de forma) com idade proterozóica (período entre 542 milhões a 2,5 bilhões de anos).
Há ainda no município a ocorrência de ouro, cristal de rocha, calcita, mica e outras pedras preciosas.
Muitas ainda poderão ser descobertas, como foi o caso do granito encontrado há menos de uma década e que continua inexplorado.
Pode-se afirmar com segurança que Monte Alegre de Goiás possui o subsolo mais rico do nordeste de Goiás e certamente um dos maiores do estado.
É muita riqueza enterrada e por falta de uma política de desenvolvimento por parte do governo, o município é considerado um dos mais pobres do estado, com um dos piores IDHs e renda per capita de toda região.
Não há nenhuma indústria ou qualquer outra modalidade que gere empregos e renda, com isso, muitos dos seus moradores migram para outros centros em busca de maiores oportunidades.
Os estudantes que permanecem por lá deslocam-se para Campos Belos e Arraias no Tocantins, para cursarem uma faculdade.
Chegam a viajar cerca de 120 km todos os dias em busca de uma melhor qualificação profissional.
É difícil imaginar que um município com tamanha riqueza ocupe uma posição tão desfavorável.
Nunca houve por parte de nenhum do governo estadual empenho para instalação de projetos desenvolvimentistas que pudessem mudar o atual cenário.
Nenhuma obra expressiva foi instalada no município ao longo de sua história, apesar das promessas enfadonhas proferidas por aqueles que têm o poder da mudança.