Expo Campos Belos 2015: na arena, o povo foi o protagonista; o som do berrante exortou ancestrais e políticos “pisaram na bola”





O povo atendeu ao chamado e lotou a belíssima arena de rodeio da XXII Exposição Agropecuária de Campos Belos, neste sábado (11), considerado e esperado por todos como o dia mais badalado do evento.


As arquibancadas ficaram pequenas. 

Com certeza, ontem, o grande protagonista do rodeio não foram os touros e seus cowboys, tão pouco os locutores, mas a plateia.

O público compareceu, bateu palmas, participou da festa e foi ao delírio quando o berrante ecoou forte no coração sertanejo das milhares de pessoas.

Muitas delas se emocionaram, com direito a arrepios, ao ouvir o som grave do berrante convidando para a festa.

Novamente o locutor repetiu a cena e desceu na arena abordo de um helicóptero e, sob uma grande queima de fogos, iniciou o momento mais esperado por todos: o duelo entre touros bravios e peões tentando domá-los.

Ninguém se importava com pontuações ou com a competição travada entre eles. As pessoas só estavam ali para verem o espetáculo.

Um espetáculo que está gravado no DNA de cada um dos presentes, herdado de gerações passadas, que atravessaram os “gerais” do Goiás, em labutas grandiosas rumo à Bahia, ou vice-versa, com suas comitivas de bois e jumentos.

É certeza que boa parte das pessoas, que lotaram a amistosa arena, jamais integraram um comitiva bovina.
Mas em seus corações e veias correm uma eterna saudade de tempo idos, que jamais voltarão, labutados por pais, avós e bisavós, que afloraram inexplicavelmente em sentimento brotado na saudade de cada um, que ornamentou de forma única a arena de rodeio.

E o som do berrante foi o instrumento que nesta noite ligou (transcendeu) as milhares de pessoas aos seus ancestrais, numa corrente emocionante e única, que fez muitos se emocionarem e vibrarem.

Bola Fora

A bola fora desta terceira noite de rodeio se deu em quatro momentos distintos. 

O primeiro, o inexplicável atraso, de quase duas horas. 


O show na arena, previsto para as 22h, só começou à meia-noite, e já contava com um plateia impaciente e a beira de puxar um coro de vaias.

A segunda bola fora foi a eterna convocação, tenho que fora de propósito, por quase uma hora, de um cordão de “autoridades e colaboradores” do evento para o centro da arena, antes do início das montarias. 


Um verdadeiro calvário para os presentes.

Por fim, a falta de sensibilidade de políticos, em quererem fazer discursos, fora de tempo e espaço, à quase uma hora da manhã.

Esqueceram que ali existiam pessoas que torraram individualmente um preço elevado R$ 50 e não estavam na arena  para ouvir políticos. 


Eles não receberam aplausos e deram sorte em não serem vaiados (por mera educação).

Diversos prefeitos e autoridades de cidades de toda a região, de Goiás e do Tocantins, estiveram presentes. 


Mas o prefeito Ninha, anfitrião, não compareceu e teve sua ausência muito notada.  


Mesmo assim, essas pedaladas da organização não foram capazes de tirar o brilho e o espetáculo, da já considerada uma da melhores festas do peão de Campos Belos, na história de mais de 20 anos de existência da Expoagro.  

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