Alto Paraíso (GO): “Doroty Marques e Turma que Faz” empolgam a primeira noite do Encontro da Chapada

Turma que Faz em Penha Folclórica, espetáculo
do projeto Todos Nós. 
Foto: Leonil Junior



Por Ana Ferrareze,


A primeira apresentação musical do XV Encontro de Culturas não poderia ter sido diferente: na noite do dia 17 de julho, a arte-educadora Doroty Marques e os jovens da Turma que Faz apresentaram o espetáculo “Penha Folclórica”, parte do projeto Todos Nós, financiado pela Petrobras. 


A energia dos meninos e meninas de São Jorge se espalhou pela Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, em músicas sul-americanas ecoadas por tambores, instrumentos de percussão, violas, sanfonas. “Vamos cantar a América do Sul esquecida, a América do Sul desconhecida”, apresentou Doroty.


Os ritmos foram de cantos folclóricos brasileiros a canções de Violeta Parra e Mercedes Sosa. Em paralelo, danças e performances circenses e no tecido coloriram a noite com o figurino especial das jovens, que se revezavam nas pegadas e jogadas de corpo durante as coreografias. Foi emocionante ouvir músicas sobre a Chapada dos Veadeiros e a vila de São Jorge, também retratada no cenário do palco, de bandas como Feijão de Bandido.


A apresentação teve vários pontos altos. A voz rouca e imponente de Doroty guiou os jovens e a plateia durante o espetáculo. Com sorriso largo, ela empolgou o público, que cantou junto em vários momentos. O coração bateu forte quando chamou sua mãe, Paulínia, de 88 anos, ao palco, para cantar Beira Mar Novo com o grupo. 


Essa música do Vale do Jequitinhonha era cantada pelas mulheres enquanto lavavam roupa no rio. “Foi ela que me ensinou a cantar e gostaria de chamá-la para essa folia mineira, que vem da terra dela”, anunciou Doroty.


Outro destaque foi Poliana Moraes, de 22 anos, com uma voz afinada e contagiante. Não havia na plateia quem não quisesse saber quem era aquele talento. “Foi muito importante participar do espetáculo porque aprendemos sobre a música e a cultura dos países da América do Sul, que ainda não conhecíamos”, conta ela.


Os jovens da Turma que Faz são o maior legado que Doroty poderia deixar para São Jorge, cidade que a acolheu há nove anos. “É uma iniciativa que criei 30 anos atrás e com a qual percorro o Brasil”, conta a arte-educadora. Diz que se encontrou na Vila porque nela as pessoas se preocupam com a natureza e o ser humano. Aqui a Chapada fala.

Texto e Fotos:  Encontro de Culturas de Povos Tradicionais da Chapada

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