Carlo Petrini, um herói europeu em Alto Paraíso (GO)
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Por Sinvaline Pinheiro,
O XV Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros teve a honra de receber a visita de Carlo Petrini, presidente e criador do Slow Food, um movimento internacional sem fins lucrativos e já funcionando em mais de 150 países, envolvendo aproximadamente um milhão de pessoas que se dedicam e defendem alimento bom, limpo e justo, em relação a condições de trabalho e remuneração dos produtores e que não prejudica o meio ambiente.
É uma grande rede com mais de 100 mil associados reunidos em 1500 grupos locais em mundo todo. Conta também com mais de 2500 comunidades do alimento do Terra Madre, que realizam produção alimentar de qualidade e sustentável.
Carlo Petrini criou na Itália em 1986 esse movimento sem fins lucrativos como forma de protesto contra o fast-food e a fost-life onde tudo é padronizado.
O Slow Food tem três grandes missões: defender a biodiversidade alimentar, difundir a educação do gosto e aproximar os agricultores dos consumidores através de eventos, iniciativas e projetos como a Arca do Gosto, o Disco Xepa e a Aliança das Cozinheiros e o Terra Madre Day. Também idealizou e fundou a primeira Universidade de Ciências Gastronômicas do mundo.
Veio ao Brasil para o lançamento do aplicativo Slow Food Planet (dicas de bons lugares para comer) e para algumas reuniões ministeriais.
A curiosidade por lugares especiais ocasionou em sua vinda a Chapada dos Veadeiros, especificamente no Encontro de Culturas Tradicionais. Segundo Jean Marconi, um dos articuladores do movimento em Brasília, “ele foi um ilustre incógnito e passou despercebido”.
Sr. Petrini ficou fascinado com a beleza da Chapada, com a potencialidade dos frutos do cerrado e acima de tudo com a diversidade cultural no evento. Assistiu a apresentação do terno de Moçambique do Capitão Júlio, da Sussa Kalunga e da Catira.
Emocionante foi o encontro com Cacique Getúlio Krahô que conheceu em 2003 na Itália por ocasião da entrega do prêmio Slow Food pela Biodiversidade.
Comentou sobre a culinária regional, após experimentar no restaurante da Téia, frango ao molho pardo, quiabo e pirão de peixe: “a comida simples é a mais saborosa”…
Simpático, simples e atencioso, se sentiu em casa na Vila de São Jorge onde encontrou pessoas com ideais idênticos ao seu pensamento: considerar o alimento como o resultado de processos culturais, históricos, econômicos e ambientais.
Fonte: Portal do Encontro de Culturas Tradicionais