Revoltados, pai e filha vão à prefeitura de Campos Belos protestar contra a falta de aulas. Professores estão em greve há mais de 2 meses

Um pai de uma estudante pré-adolescente, revoltado com a falta de aulas, devido à greve de professores, fez um ato desesperador e inusitado, na tarde desta quarta-feira (12), em Campos Belos, nordeste de Goiás. 


Ele e a filha foram à sede da Prefeitura da cidade e fizeram um protesto individual, mas bastante significativo. 


José Francisco de Carvalho é um cidadão brasileiro, pai de uma aluna da Escola Municipal Joana Oliveira Miranda, e segundo quem presenciou o ato, manifestou sua indignação em frente ao gabinete do prefeito municipal, jogando livros no chão e empunhando um cartaz.


No cartaz, portado pela adolescente, a inscrição dizia: “Senhor Prefeito, a greve mata a educação, portanto, queremos a sua colaboração”.


A atitude, disse, é uma tentativa de sensibilizar o prefeito para negociar com a categoria dos professores. 


O pai disse que não suporta mais a indecisão. “A comunidade, escolar sabendo dos enormes prejuízos, reivindicam uma solução junto ao prefeito municipal”, disse.  


Já o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Adroado Baiano, parabenizou a iniciativa, tanto do pai, quanto da filha.


“Parabenizo os dois por este gesto de coragem e de exercício de cidadania. Ambos exigem o cumprimento do direito constitucional da criança, que é o direito à educação. 


Que este ato seja um exemplo positivo para que os demais pais e alunos prejudicados, também, lutem pelos seus respectivos direitos, assim como os professores e monitores estão buscando garantir o que assegura as leis, federal (Nº 11.738/08) e municipal (Nº 1.048/10)”, disse o presidente do Sindicato.


Há mais de dois meses os professores da rede municipal estão em greve e reivindicam um reajuste de 13,1% nos salários da categoria, conforme preconiza o novo valor do piso nacional da educação. 


Mas o prefeito da cidade, Santos Ninha, afirma que não pode dar o aumento salarial em virtude da proibição na Lei de Responsabilidade Fiscal. 


O caso foi parar na Justiça. 


Enquanto a queda de braço não termina e os desembargadores de Goiás não decidem, centenas de crianças estão em casa, ociosas, sem aulas e perdendo um tempo danado, que jamais irão recuperar.  

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