Assassino foi chorar no velório

Hélio Soyer, de camisa azul, à direita, acompanhou
o trabalho da polícia na chácara onde o crime ocorreu

Dez dias após a morte brutal do prefeito de Matrinchã, Daniel Antônio de Sousa, e da primeira dama, Elizeth Bruno de Barros, medo e questionamentos dominam as rodas de conversa da pequena cidade do Vale do Araguaia.


Ninguém acredita na versão apresentada pelo ex-secretário de Finanças, Hélio Alves Soyer, que se apresentou à Polícia Civil nesta semana e confessou ser o autor do duplo homicídio. 


A cidade também se pergunta como o secretário teve coragem de estar presente e chorar no velório do casal.


Em visita à Prefeitura de Matrinchã, a reportagem do POPULAR apurou que Hélio Soyer viajou na mesma manhã em que os corpos foram encontrados. 


Comunicado sobre a tragédia por telefone, ele retornou à cidade e permaneceu na chácara do prefeito onde ocorreu o duplo homicídio até o fim dos trabalhos da Polícia Técnica Científica e da retirada dos corpos.


Sua presença na propriedade rural na comunidade conhecida como Agrovila, ao lado de outros nomes do primeiro escalão, como o assessor jurídico, José Arnaldo, e o secretário de Administração, Cleyb Bueno, é confirmada por registros fotográficos feitos pelo jornal. “Ele chorou comigo lá e durante o velório”, afirmou um servidor público municipal ainda chocado com a confissão do titular da pasta de Finanças.


Hélio Soyer, que costumava dormir em hotel por não ter residência fixa em Matrinchã, teria passado mal no velório do casal. Antes, porém, chegou a cumprimentar o governador Marconi Perillo que chegou à cidade para a homenagem fúnebre a Daniel e Elizeth. 


Durante a missa de corpos presentes, o bispo diocesano de Rubiataba e Mozarlândia, dom Adair José Guimarães, chegou dizer à multidão: “o criminoso ou o mandante pode estar entre nós”. Depois desse momento Hélio Soyer não foi mais visto na cidade, até se entregar na terça-feira.


Embora nunca tenha ocupado cargo político, Hélio Soyer está envolvido com o poder de Matrinchã desde a emancipação do município de Aruanã, há 26 anos. 


De pouca conversa, foi alçado à condição de secretário de Finanças em duas ocasiões, entre 2005 e 2008, no mandato de Natalino Lucas, e desde 2013, quando Daniel Antônio assumiu a prefeitura por força de uma composição política. 


Em Matrinchã, a opinião praticamente unânime é de que “a ganância pelo poder” provocou a morte do prefeito e da primeira dama.


Novo depoimento


Ontem, na cidade, o assunto mais comentado era de que uma segunda pessoa teria se apresentado na quarta-feira ao titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), Kleber Toledo, que coordena o trabalho de investigação. Trata-se de um ex-vereador de Nova Veneza, cidade onde Hélio Soyer tem residência fixa.


Acompanhada de um advogado, essa pessoa que tem ligações com Matrinchã teria prestado depoimento durante horas. 


Hoje trabalhando em um estabelecimento comercial, ele teria seguido para Matrinchã na manhã de segunda-feira, dia 3, na companhia de Hélio Soyer.


Fonte: O Popular

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