Jovem comete suicídio em Arraias (TO), o segundo caso em dez dias. Tema é tabu na sociedade



A Polícia Militar em Arraias (TO), sudeste do estado, registrou mais um caso de suicídio na cidade.


O caso ocorreu na tarde desta segunda-feira (31). 


O jovem João de Deus Soares de Melo, conhecido carinhosamente na cidade como “Deuzim”, estava trabalhando até meio-dia em um supermercado da cidade. 


No intervalo do almoço foi para casa. Lá, escreveu uma carta e depois cometeu o ato de suicídio. Ele se  matou com uma corda, dentro de seu quarto. 


Na carta, Deuzim se despede da família e dos amigos, mas não justifica porque cometeu um ato tão grave e atentatório contra a sua vida. 


Ele diz no bilhete que não teria acontecido nada que tenha motivado o suicídio, “apenas fiz a minha escolha”, escreveu.


Disse que era um “cara do bem” e não teria inimigos. Finalizou a carta dizendo que não estava triste. 


Ele também escreveu no bilhete a senha do computador, do cartão do banco e desenhou a figura de destravamento do celular.


Está foi a segunda morte por suicídio em Arraias neste mês de agosto.  

Dez dias antes, no domingo (21) agosto, um policial militar também se matou na cidade. Ele deu um tiro na cabeça com a própria arma. 


O projetil também acertou um outro policial, amigo dele, que também morreu horas depois. 


Tabu


A imprensa em geral não tem o costume de publicar casos de suicídios. 


Há um tabu e até um temor de que este tipo de publicação possa incentivar outras pessoas, com tendência ao suicídio, a cometer o ato fatal. 


Este blog publica porque é notório que os casos de suicídios em nosso país se tornaram uma questão de saúde pública. 


Há de milhares de casos registrados anualmente no Brasil. 


Como é um tabu, nem governo, nem a sociedade e nem a polícia desenvolvem ações de políticas públicas de prevenção. 


Segundo a Fio Cruz, ao ano, no mundo, quase um milhão de pessoas morrem em decorrência de suicídio. 


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ato está entre as dez causas de morte mais frequentes em muitos países do mundo. 


No Brasil, são registradas 10 mil mortes por ano, com uma taxa de 4,8 a cada 100 mil habitantes, em 2008. 


Depois destes dados, podemos pensar o suicídio como uma questão de saúde pública? 


Especialistas na área de saúde mental defendem que sim. E acreditam que esses números podem diminuir se aumentarem os debates sobre o assunto. 


Aqui mesmo já escrevemos muito, inclusive divulgando sites especializados em ajuda e prevenção. 


Fizemos até uma campanha contra um shopping de Brasília, onde eram corriqueiros os casos, pela facilidade de acesso. 


Já publicamos:


Organização lança site com curso para prevenir o suicídio


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