Artigo: Agora é lei. 27 de setembro é destinado ao Dia Nacional dos Vicentinos
Deputado Federal, Rôney Nemer,PMDB/DF, Consócias JanneKelly Janner, Campos Belos-GO e Ivani e Confrade Manoel, de Formosa-GO |
Consócias JanneKelly Janner, Campos Belos-GO e Marileide Rocha, Formosa-GO e o Confrade Wilson Rocha, Formosa-GO |
Por JanneKelly Franco,
Caríssinos, irmãos vicentinos!
”Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo”!
Tive a honra e a felicidade de participar da Sessão Solene, na Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 28 de setembro, das 10 h às 12 h, no Plenário Ulysses Guimarães, a qual foi presidida pelo Deputado Federal, Rôney Nemer, o qual também teve a iniciativa de instituir o dia 27 de setembro, como o Dia Nacional dos Vicentinos! Vale ressaltar que a data foi criada na Lei N. 11.536, de 2007, que estabelece o dia 27 de setembro de cada ano como DIA NACIONAL DOS VICENTINOS.
Representei a cidade de Campos Belos e Região. Sessão esta que com certeza além de marcar nossas vidas como Vicentinos, nos faz ainda mais fortes para seguir esse maravilhoso ensinamento e a intenção do Bem-aventurado, Antônio Frederico Ozanam, para nos guiar na busca de seu sonho: ” Abraçar o mundo em uma rede de Caridade”.
O trabalho dos Vicentinos no Brasil e no mundo é admirável. Estes cristãos católicos são a maior Sociedade do Planeta, que têm atuação de promoção social e apoio espiritual na maioria das condições de vida de centenas e milhares de famílias que vivem em situação de pobreza e miséria.
Fundada em 23 de abril de 1933, em Paris, na França, pelo jovem Antônio Frederico Ozanam, a Sociedade São Vicente de Paulo, hoje está presente em 151 países totalizando cerca de 800 mil integrantes ou participantes de 50 mil conferências nas paróquias por todo o planeta. Destes 40% são brasileiros, um verdadeiro gesto da caridade que assisti semanalmente 100 mil famílias carentes em nosso país.
A carência das famílias assistidas e dos vicentinos não é só material, mais do que uma cesta básica que recebem todos os meses, estas famílias necessitam de atenção, orientação, de uma palavra amiga que lhe dê esperança e alento para buscarem efetiva melhoria de vida.
A essência de um trabalho discreto, silencioso, gratuito dos vicentinos é a caridade. Mas Caridade no sentido etimológico da palavra, que vem do latim Carita que significa Amor.
Os Vicentinos acreditam que socorrer de forma amorosa os mais necessitados, estão fazendo tão somente justiça. Em consenso e misericórdia ou piedade pelos seus assistidos ou de respeito, antes de tudo, há credibilidade por esses irmãos. Os vicentinos os veem como sujeitos de direitos e deveres e acreditam sinceramente na capacidade que cada um tem de progredir e melhorar.
São fiéis dessa forma, ao ensinamento de seu patrono São Vicente de Paulo: “a esmola aos mais necessitados deveria ser passageira, pois somente o trabalho pode restituir ao homem ou à mulher em dificuldade sua dignidade e o seu lugar no mundo.”
Por essa razão, os Vicentinos estabelecem razões pessoais com as famílias assistidas e assumem a responsabilidade de acompanhá-los na sua inserção social. Tornam-se amigos e conquistam a confiança das famílias assistidas. Sofrem com as dificuldades a alegram com suas conquistas.
Lutam pelo fim da exclusão social e promovem àqueles que não têm voz e nem vez. Os vicentinos conhecem o caráter revolucionário da verdadeira caridade. Sabem que cada pequeno gesto simples, de maneira humilde, de solidariedade e com amor ao próximo, sem alarde, estendem as mãos aos mais necessitados e ajudam-lhes a levantar-se.
SÃO VICENTE DE PAULO
Vicente de Paulo nasceu em 24 de abril de 1581 e faleceu em 27 de setembro de 1660. É conhecido como o homem que organizou a caridade: criou e expandiu o sentido pastoral do que podemos chamar de espiritualidade do pobre, uma cultura de solidariedade, iluminada pelo Evangelho e pautada pelo serviço ao irmão necessitado.
A seguir, são apresentadas ideias com mais de quatro séculos, que permanecem coerentes com a nossa realidade, provas da visão e do espírito transformador deste grande homem.
Dizia São Vicente que “é preciso correr para atender às necessidades de nosso próximo como se fosse para apagar um fogo”. A partir da consciência dessa urgência, pôs-se a organizar as ações: era preciso conhecer a situação, e também reunir-se com outras pessoas para pensar uma operação eficaz.
Para São Vicente, a ajuda deve ser organizada para responder verdadeiramente ao fim a que se propôs: “se os pobres muitas vezes sofrem, é mais por falta de ordem ao atendê-los do que por falta de pessoas caridosas”.
Ajudado por Luísa de Marillac, São Vicente defendia que a educação e formação dos pobres eram fundamentais para mudar sua condição. Trabalhar contra as causas da exclusão era o caminho para ajudar as pessoas a sair da precariedade. Para São Vicente, a esmola aos mais necessitados deveria ser passageira, pois somente o trabalho pode restituir ao homem ou à mulher em dificuldade sua dignidade e seu lugar.
Em 1617, com as Confrarias da Caridade, São Vicente inova, dando às mulheres leigas uma responsabilidade na Igreja, assumindo coletivamente a organização dos trabalhos de caridade. Em 1650, escreveu: “posso dar este testemunho em favor das mulheres, que não há nada a criticar em sua administração, tanto são cuidadosas e fieis”.
Para São Vicente, missão e caridade vão sempre lado a lado. O pobre tem um lugar particular na Igreja, porque Cristo quis identificar-se com ele em sua própria vida: “servindo os pobres, servimos Jesus Cristo”. Por isso, era preciso assistir os pobres espiritual e corporalmente, considerando sua dignidade e seus direitos: “socorrendo os pobres, fazemos justiça e não misericórdia”.
São Vicente soube trabalhar em redes. Reuniu ricos e pobres, membros do clero e leigos, homens e mulheres. Viu que a colaboração era a chave do sucesso no serviço dos pobres. Assim, criou laços, estabeleceu pontes e estimulou a unidade entre pessoas de todas as classes sociais em conjunto.
São Vicente de Paulo foi canonizado em 16 de junho de 1737. Em 2005, na Encíclica Deus Caritas Est, o Papa Bento XVI reafirmou muitos de seus conceitos: “um amor que não oferece às pessoas apenas uma ajuda material, mas igualmente um reconforto e o cuidado da alma. Os pobres têm necessidade de humanidade, precisam da atenção do coração”.