Recife: Morre um gigante do rádio brasileiro, Gino César, aos 79 anos
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Quem é apaixonado por rádio como este blogueiro, reconhece, no cheiro, a grandeza de um radialista genuíno.
É com pesar que noticiamos a morte de um grande radialista brasileiro, o pernambucano Gino Cesar, o homem de milhões de ouvintes e uma figura lendária em Recife, onde morei por 12 anos.
Ele comandava o programa policial “Bandeira Dois” há quase 30 anos, morreu aos 79 anos no Recife na madrugada desta terça-feira (17).
Estava internado há 15 dias por causa de problemas respiratórios e sofreu um infarto agudo no fim da noite de segunda (16). O velório começa ao meio-dia na capela do Cemitério de Santo Amaro, na Zona Norte do Recife. O sepultamento está marcado para as 17h no mesmo cemitério.
Aos 79 anos, Gino César estava se tratando de uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), conhecida como enfisema pulmonar, em um hospital particular da Zona Norte do Recife. Em agosto, ele já havia sofrido um infarto agudo no miocárdio.
Ontem Gino César deu entrada na UTI por volta das 22h30. Logo depois, sofreu um novo infarto agudo no miocárdio. Desta vez, não resistiu e morreu por volta das 2h30 da madrugada.
O repórter do Bandeira Dois
Gino César ficou conhecido pelo jeito único de narrar as notícias policiais, de forma cantada.
A marca foi herdada dos tempos em que fazia radionovela. Já o nome do programa Bandeira Dois faz referência à onda de assaltos cometidos contra os taxistas da capital pernambucana na década de 1960, quando Gino começou a trabalhar na rádio.
Nos bastidores da redação, o radialista também era famoso pelo seu jeito simples e carismático. Era um dos primeiros a começar a trabalhar, em busca dos destaques policiais. Tradicional, nunca trocou a máquina de escrever pelo computador e sempre usava um chapéu de couro.
Natural de Rio Formoso, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, Gino mudou-se para a capital ainda muito jovem. No Recife, trabalhou como taxista e motorista de rádio. Depois, começou a atuar como ator de radionovela e repórter policial. Ele passou pelas rádios Clube, Tamandaré, Olinda e comandava o Bandeira Dois na Rádio Jornal há quase 30 anos.
Gino César deixou três filhos e três netos. Alguns dos parentes moram em Sergipe e estão a caminho da capital pernambucana para o sepultamento.
O repórter Eliel Alves, colega de trabalho que várias vezes substituiu Gino no Bandeira Dois, contou que aprendeu muito com o radialista.
“A seriedade, a dignidade, o profissionalismo. Queria eu poder apresentar o Bandeira Dois e ele ser uma voz paralela. A voz paralela calou, mas vai permanecer na minha mente e no meu coração”, contou Alves.
Com texto do G1