Ambientalistas criaram a Cooperativa de Extrativismo do Cerrado em Alto Paraíso





Por Evônio Madureira, 


Os ambientalistas da Chapada dos Veadeiros, Aldivan Freitas (Balanço) e Lucina Cristina de Alto Paraíso, Evônio Madureira e Divino Nascimento de Campos Belos, Josué Faustino, Elia Fernandes e Valtenes Claudino de Teresina de Goiás e Cesário Paulino de Cavalcante, se reuniram em Alto Paraíso no dia 20 deste mês e criaram a COOPERCERRADO – Cooperativa de Extrativismo do Cerrado, com sede em Alto Paraíso podendo atuar todo Território Nacional. 


A COOPERCERRADO tem com o objetivo de fortalecer as cadeias produtivas do extrativismo na região e conservação de um dos biomas mais ameaçados do país. 


As ações também buscam aumentar a conscientização e o entendimento com relação aos desafios que os pequenos agricultores enfrentam e ajudar a identificar maneiras eficientes de apoiá-los.


Foram eleitos para compor o Conselho de Administração as seguintes pessoas: Diretor- Presidente: Aldivan Freitas de Melo; Vice-Diretor-Presidente: Evônio da Costa Madureira; Diretor Financeiro e Administrativo, Divino Nascimento e Diretor Secretário, Josué Faustino de Souza. 


Para o Conselho Fiscal foram eleitos: Luciana Cristina Valentim, Elia José Fernandes, Cezario Paulino da Silva e Valtenes Resende. Os eleitos terão mandato de quatro anos. 


O extrativismo vegetal sustentável é uma alternativa viável de agregação de renda para as comunidades locais aliada à segurança alimentar mundial e à conservação e respeito ao meio ambiente. 


Apesar desses benefícios, iniciativas produtivas encampadas por pequenos produtores e/ou povos e comunidades tradicionais, muitas vezes, não avançam devido à falta de divulgação de seus produtos e à dificuldade de alcançar os mercados regional e nacional.


Segundo Aldivan (Balanço), extrativista e artesão de madeira e fibras do cerrado, diz que a expectativa de coleta dos frutos a partir de janeiro do ano que vem é grande. 


Muitos dos nativos da região, a maioria da comunidade Kalunga, ainda não dão o devido valor dos frutos do cerrado. São centenas de toneladas de frutos não coletados por ano. 


Com a criação da cooperativa, os cooperados esperam faturar uma média de 2,5 milhões de reais anualmente com a coleta dos frutos, contribuindo diretamente para uma maior conservação do Cerrado e, ainda, agregação de renda para as comunidades locais.


Luciana Cristina (Ateliê Tao-do-Cerrado) de Alto Paraíso, considerada uma das maiores alquimistas de manipulação gastronômica de frutos do cerrado da Chapada dos Veadeiros, disse que o extrativismo na região é uma atividade importante de geração de renda conciliada com a conservação ambiental. 


O mais importante para Luciana é valorizar as comunidades quilombolas kalungas, de onde vem a maior parte dos frutos do cerrado, ensinado a eles o modo correto de manipulação dos frutos e aumentar a renda das famílias sem perder o valor histórico de suas culturas e tradições, comercializando os seus produtos por meio da Coopercerrado.


Josué Faustino, Músico e Artesão em Teresina de Goiás há mais de trinta anos, disse que o extrativismo vegetal no Cerrado promovido pela cooperativa vai resultar em uma maior estruturação na cadeia produtiva. “O potencial produtivo de cada comunidade é muito grande e não temos a idéia de quanto as pessoas podem faturar com a coleta dos frutos a cada safra.


A Coopercerrado vai processar, embalar e comercializar todos os produtos dos cooperados, além do acompanhamento da entrega dos produtos nos entrepostos de coleta. 


Atualmente os produtos processados nas casas das pessoas e hoje algumas comunidades kalungas já possuem pequenas unidades de processamento. 


O que falta para funcionar é comprar os equipamentos e instalação de água e energia. Um grande desafio que ainda persiste está relacionado a venda dos produtos. 


Divino Nascimento, consultor de empresas e eleito Diretor Financeiro e Administrativo da cooperativa, disse que vai buscar parceiros comerciais para tentar contratos que possam dar alguma segurança para os cooperados já para a próxima safra 2016/ 2017. 


Desta forma a Coopercerrado pode mobilizar seus integrantes para obter um bom resultado econômico num fluxo de produção continua e crescente.

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