Na noite de Natal, crack assassina mais uma vítima em Campos Belos


Passava das 13h desta sexta-feira (25), Dia de Natal, numa residência da rua Rui Barbosa, setor Aeroporto, em Campos Belos, nordeste de Goiás.


O fortíssimo calor era quase imperceptível, tamanha a dor insuportável e a incredulidade que tomava conta de todos os familiares de Wellington Alves de Souza, de 32 anos.


O corpo dele já tinha sido liberado pelo Instituto de Medicina Legal, mas ainda estava sob os cuidados da funerária, quando chegamos à casa de seu pai, Edmilson Alves, o “Edmilsão Mecânico”. 


A revolta era com a covardia dos algozes; a revolta era com a falta de segurança do Estado; a revolta era contra a impunidade. Essa era a expressão de todos, somada à dor da perda de mais um filho, de mais um ente querido.


Ainda este ano, em maio passado, bem no Dia das Mães, a tragédia já tinha batido à porta da família, quando o filho mais novo do casal morreu após cair de uma motocicleta.


Gabriel Alves tinha apenas 16 anos e sua morte impactou profundamente toda a família.  


Nesta Noite de Natal, enquanto todos festejavam em família o transcurso do dia mais festivo do ano, mais um filho morria, agora com dois tiros de calibre .38, no Setor Bom Retiro. 


Duas pessoas chegaram numa moto e acertaram dois disparos fatais, que acertaram o pescoço e cabeça do rapaz.


Ele caiu falecido na calçada do Comercial Nova Vida, um dos principais do bairro, situado ao lado da escola Zé Pereira.


Wellington Alves já tinha sido funcionário da prefeitura da cidade e lutava contra a dependência do crack.


Talvez por dívida, pagou com a própria morte o acerto de contas. E não foi o único caso. 


Em seis meses, conta-se cerca de quatro homicídios em Campos Belos, todos nas proximidades dos bairros Bom Retiro e Morada Nova, e com características de acerto de conta em virtude do tráfico e do consumo de drogas.


Com mais uma morte violenta, é cada vez mais latente que Campos Belos está perdendo a luta para o tráfico de drogas.  


Quantas famílias ainda irão chorar seus mortos? quantas famílias ainda passarão noites em claro por conta do vício e da dependência?  


Quantas famílias ainda irão esperar a reação do Estado, das forças de segurança pública, dos investigadores; do Poder Judiciário, nessa luta desigual, em que as pessoas de bem têm perdido a esperança e muitos entes queridos? 


Até quando?


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