Agropecuária é maior parte do PIB tocantinense
A agropecuária é a principal atividade econômica privada de 72,6% dos municípios tocantinenses.
Das 139 cidades do Tocantins, 101 têm a agricultura e a pecuária como principal geração de riquezas.
O mesmo acontece em mais da metade dos municípios brasileiros. Os dados são resultado da pesquisa de Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios (2010-2013), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa), Ricardo Khouri, o resultado não é surpresa.
“Grande parte do PIB nacional vem do setor primário, ou seja, do agronegócio, da produção de grãos, no setor de lácteos, de carne, fruticultura, madeira.
E o Tocantins é um estado com vocação agropecuária”, afirma, ao avaliar que a atividade está em expansão.
A cooperativa da qual Khouri é presidente fica em Pedro Afonso, cidade com população de aproximadamente 12,5 mil habitantes, distante 304 km de Palmas, é a nona economia no Estado.
Além disso, o município registra a maior participação agrícola na economia tocantinense. Segundo o IBGE, o PIB da cidade é de R$ 418,4 milhões, sendo R$ 164,6 milhões provenientes exclusivamente da agropecuária.
Um dos dados que mais chamam a atenção na pesquisa é que somente oito dos 101 municípios tocantinenses, que tem a agropecuária como principal atividade econômica, tem mais de dez mil habitantes.
Destes, cinco estão entre os seis primeiros do ranking.
Depois de Pedro Afonso, o município de Lagoa da Confusão é o que tem a agropecuária como principal geração de riqueza.
Com mais de 11 mil habitantes o município tem PIB de aproximadamente R$ 324,2 milhões, sendo que R$ 141,3 milhões oriundos da agropecuária.
O terceiro lugar do ranking é ocupado por Formoso do Araguaia, com mais de 18 mil habitantes, e um PIB total de R$ 329,2 – R$ 126,2 milhões do agronegócio.
Dianópolis completa o top cinco da lista, com 20 mil habitantes e PIB de 297,7 milhões, dos quais R$ 79,5 milhões oriundos do agronegócio.
É importante esclarecer que, como pretendia medir a atividade privada de geração de riquezas, o IBGE não considerou para o levantamento do PIB a administração pública (saúde, educação e seguridade social).
Investimento
De acordo com Khouri, presidente da Coapa, esse resultado somente aumenta a responsabilidade do setor, já que gera impactos positivos como geração de emprego e renda. “Todos são impactados. As riquezas geradas nas propriedades rurais propiciam maior arrecadação por parte do governo.”
Como exemplo, o presidente cita a cadeia produtiva da soja, que começa desde da compra de máquinas agrícolas, sementes, fertilizantes e acaba movimentando todo o ciclo econômico.
Conforme Khouri, o processo de produção envolve direta e indiretamente toda a cidade, desde a farmácia, o restaurante, a borracharia, a loja de peças até os profissionais autônomos.
Apesar dos dados positivos, o produtor sabe que ainda há muito que ser feito. “Se não se chega ao ponto de que o agronegócio gera riquezas criando uma ilha de prosperidade em um mar de miséria”, pondera.
Na visão de Khouri, o Tocantins ainda tem muito que crescer no que diz respeito ao agronegócio, mas ainda é carente em profissionais capacitados. “É preciso que o poder público invista nos pequenos agricultores, aqueles que produzem a mandioca, frango caipira, frutas”, completa.
Brasil
A participação do setor agropecuário do Tocantins no valor do Produto Interno Bruto (PIB) no cenário nacional não é grande, apenas 1,1% – ficando à frente de seis estados e do Distrito Federal.
Entretanto, é nesse setor que o Estado tem a maior participação, levando em consideração as demais atividades provenientes de economia privada. Na indústria a participação tocantinense é de 0,3% e nos serviços é de 0,5%.
Segundo a pesquisa, dos 5.570 municípios do País, 3.191 têm a agropecuária como principal atividade econômica, 57,3% do total. Esse setor representa aproximadamente 5% do PIB do País, segundo os dados das Contas Nacionais do IBGE.
Fonte: Jornal do Tocantins