Malfeitos no Colégio Polivalente cobra intervenção do Ministério Público. Obras inacabadas são um escárnio contra o cidadão

Ao assisti estas imagens, fiquei estupefato e extremamente sentido.

É como se alguém tivesse feito-me uma grandíssima sacanagem e atingido-me em cheio numa das coisas que mais prezo, que é a família.

Tudo porque o Colégio Polivalente, por quase uma década, foi a minha segunda casa.

Entrei na antiga 5ª série e de lá saí ao terminar o ensino médio.

Conheço cada cantinho desse lugar. Da biblioteca, onde li pela primeira vez “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e o grandioso “Grande Sertão Veredas”, de João Guimarães Rosa, à sala do grêmio estudantil por onde labutei algumas jornadas.

Foi do colégio polivalente, ainda aos 14 anos, que fiz um arremedo de planejamento de vida, com o pé fincado na educação.

Foi de lá que decidi pelo jornalismo. Aquilo foi a minha fábrica de sonhos. Foi essa Casa quem me deu o direito de sonhar. E se sonhei alto foi porque ela assim me intuiu.

Agora está aí jogada, abandonada, suplantada nesse lamaçal. Não de água e lama, como o Rio Doce mineiro, mas da nefasta corrupção que sangra cada município desse nosso país, de cada cantinho onde a máquina pública estende seus tentáculos.

Como Sócrates que fazia seus discípulos pensar com perguntas, eu também incito o nosso leitor a responder a alguns quesitos, já sabendo das respostas.

Por que se demora quase cinco anos para se concluir uma obra de reforma escolar como esta? por que se fazer uma obra mal feita e que nunca se acaba?  A quem interessa se fazer a coisa pela metade? quem está ganhando e quem está pagando? É pura corrupção ou um misto desta com incompetência e falta de gestão?

Fico com a corrupção.

Os caras estão pouco se lixando para com o futuro das nossas crianças e adolescentes.  Os caras estão pouco se lixando para a qualidade na educação. Os caras só querem é ganhar, não importa os meios. E quanto mais tempo durar as obras do nosso querido Polivalente, mais chances eles terão de tirar, de desviar e roubar o dinheiro público.

E quem são os caras? sinceramente eu não sei.

Pode está no primeiro escalão do governo estadual, nos cargos intermediários, nas empreiteiras… Os ratos estão em todo lugar e sugam a coisa pública até a última gota.

Essa obra do Polivalente é um tapa na cara de todos nós, um escárnio hercúleo.

Estão nos fazendo de palhaços, de idiotas. A culpa também é nossa. Minha e sua, cidadão. Nós deixamos tudo por conta do governo. Pagamos nossos impostos e queremos que os ratos nos tragam benefícios.

Passou da hora de a sociedade reagir. Primeiro cobrando a imediata intervenção do promotor Douglas Chegury, para, através de uma força tarefa, à “Lava Jato”, descubra quem são os ratos e os façam ressarcirem a verba pública (desviada ou mal usada, mal gestionada) e colocar um montão de gente na cadeia.

Depois, sugiro, pois já passou da hora, que a comunidade de Campos Belos crie um conselho comunitário, sem ligações partidárias, apenas com foco no bem comum, no interesse social, formado por gente de todas as matizes sociais.

A ideia é que esse Conselho cobre, não apenas a apuração urgente desse escárnio com o pobre Colégio Polivalente, como também exija o cumprimento de outras demandas da comunidade, que hoje são muitas, a exemplo da falta de Corpo de Bombeiros, da falta de UTI pública, da falta de equipamentos médicos para exames mais complexos, da permanência de um juiz e de um promotor na comarca, entre outras.

A construção do IML é um exemplo do quanto a comunidade é forte e sábia. E o IML foi feito por uma espécie de Conselho Comunitário.

Rombo no MEC. Tudo a ver com o caso Polivalente

O Ministério da Educação (MEC) apresentou nesta quarta-feira (27) o Plano de Ações Articulares dos municípios para combater os desvios  de recursos públicos na área.

De acordo com estimativas do MEC e da Controladoria-Geral da União, entre 2003 e 2015 foram desviados cerca de R$ 2 bilhões de reais de recursos públicos destinados a escolas estaduais e municipais do país.

Somente nas cinco mais relevantes operações da Polícia Federal realizadas em 2015, foram identificados desvios de R$ 452 milhões de verbas que deveriam pagar merendas e transporte escolar.

PS.: explicando

Escárnio
substantivo masculino

1. o que é feito ou dito com intenção de provocar riso ou hilariedade acerca de alguém ou algo; caçoada, troça, zombaria.

2. atitude ou manifestação ostensiva de desdém, de menosprezo, por vezes indignada.

3. aquilo que é objeto de desdém, ironia ou sarcasmo.

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