Obras de João D’Abreu para o Tocantins



Por Walter Menezes, 


Discursando por ocasião da inauguração do Hospital São João Batista, em Taguatinga, para o qual consignou verbas orçamentárias no Congresso Nacional e incrementou a sua construção e instalação, na sua cidade natal, ele mesmo enumerou os benefícios trazidos à outrora região nortense, hoje Tocantins.

Atuando em todos os municípios da região, deixou em cada um deles a marca de sua passagem com a preocupação de não ter realizado o que desejava como dizia em discurso: “O que temos feito é muito pouco diante do que deve ser feito. 


É apenas uma pequena parcela da nossa grande dívida para com o Norte, de onde somos filhos…”

Teve a sua atenção voltada para o homem nortense, para o sertanejo lavrador, o garimpeiro, o comerciante, estudante e professor, religioso e leigo, a todos eu foram alvo dos seus cuidados, sempre com o fito de canalizar algum auxílio para as regiões de origem. 

Daí, então, o motivo da sua preocupação em dotar os municípios, as pequenas comunidades ou núcleos populacionais, da região nortense para onde não só carreou verbas, auxílios ou benefícios, propiciando melhoramentos às pequenas povoações, como incentivo e promovendo a aplicação das verbas, com o seu apoio material e sua obstinação.

Consignou verbas no orçamento da União destinadas a: escolas e colégios, paróquias e hospitais, entidades filantrópicas, asilos, postos de saúde, agências postais telegráficas, cooperativas, estradas pontes, campos de pouso, energia elétrica e água encanada, clubes e incentivos aos esportes, casas de religiosas, e orfanatos, postos agropecuários e clubes agrícolas e escolas rurais, além de preocupar-se com os recursos humanos qualificados que conseguia trazer para a região: médicos, professores, juízes de direito, promotores, construtores e comunidades religiosas para a direção de colégios que conseguiu fundar e instalar em cidades do então setentrião goiano: Arraias, Taguatinga e Dianópolis, todas, hoje, no Estado do Tocantins.

Luta pelo babaçu e Cooperativismo Apaixonado pelo sistema cooperativista, nele inserido como Diretor do Departamento de Assistência ao Cooperativismo – Deac – e preocupado com o baixo padrão de vida do povo nortense a quem ele prometera ainda nos verdes anos de sua juventude, dedicar toda sua vida, procurando colaborar para a sua recuperação e integração social, via nestas condições, o meio de explorar aquela oleaginosa – o babaçu – e melhorar as condições de vida de seus coestaduanos.

Por mais de trinta anos empunhou esta bandeira, empenhando-se nesta causa através de ações, palestras, conferências, entrevistas, relatórios, discursos no Parlamento, ora dirigindo o órgão estadual, ora fundando cooperativas em municípios goianos.

Fundou, em 1948, com vistas à exploração do babaçu e à valorização do homem rurícola, a Cooperativa dos Babaçueiros do Norte Goiano, com sede em Tocantinópolis que, por falta de apoio oficial, não se desenvolveu a contente. 


Em 1962 assume, ele próprio, a presidência da Cooperativa implantando novas técnicas de exploração dos babaçuais, com aproveitamento das palmeiras para obtenção de subprodutos.

Conseguiu a inclusão do norte de Goiás na Região Geoeconômica do Babaçu, determinada pelo Conselho Nacional de Economia.

Em 1949, participou da Conferência de Araxá-MG, promovida pelas Associações Rurais, convocada pelas classes produtoras do País, onde todos os estados da Federação se fizeram representar João D’Abreu foi o delegado de Goiás, pronunciando, à ocasião, substanciou a palestra, quando defendeu a tese do aproveitamento do babaçu, como sucesso para o carvão e para o petróleo. 


Mencionou estatísticas interessantes, apontado à oleaginosa, como reserva estimulada em 7,5 bilhões de unidades produtoras, cobrindo uma área de 300 mil km2, com uma produção de 375 milhões de toneladas/ano, aproximadamente.

Levou ao conhecimento dos integrantes daquele conclave, a exitosa experiência da Cooperativa dos Babaçueiros de Tocantinópolis, pugnando, ao final do encontro, pela criação de uma Comissão de Defesa do Babaçu como passo inicial de uma política de produção de combustível de base vegetal, capaz de acelerar a conquista da emancipação econômica do Brasil.

O estudo desta oleaginosa foi incrementado no governo Jânio Quadros que instituiu, em agosto, de 1961, um Grupo e Trabalho encarregado de estudar e propor as providências úteis ao incremento da produção, industrialização e exportação do babaçu. 


João D’Abreu foi escolhido pelo Ministro da Agricultura, para representar Goiás no referido Grupo de Trabalho. Idêntica distinção lhe estava reservada pelo Governador Mauro Borges que o designou, através do decreto de 6 de julho de 1961, para integrar o mesmo grupo. 


Ao final dos trabalhos a ação de João D’Abreu, como presidente da equipe, mereceu destaque.

Fonte: Diário da Manhã 
(Walter Menezes, ex-presidente, conselheiro permanente da Associação Goiana de Imprensa e diretor do Jornal da Cultura Goiana)

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