Golpista “duplicador de dinheiro”, que ganhou notoriedade nacional, é da Prata, em Monte Alegre de Goiás
Um golpista, que prometia duplicar dinheiro, preso no último dia 25, em Brasília, é do distrito da Prata, no município de Monte Alegre de Goiás, nordeste do estado.
Segundo um morador da comunidade, que pediu para não ser identificado, o falsário tem muitos parentes na comunidade e todos estão horrorizados com a atitude.
“Não entendo porque fez isso. São pessoas de uma boa família. Ele é uma pessoa bem criada, maravilhosa. Não entendo porque caiu nessa.
Ele é muito querido na Prata. Ajudava muita família carente. Não entendo como pode fazer isso. E não tem muito tempo que foi morar em Brasilia. Todo final de semana ele estava na Prata”, disse a fonte.
O caso
Acusado de estelionato e falsidade ideológica, Evenilson Pereira da Silva, de 46 anos, foi preso em Brasília (DF), no último dia 25, após aplicar um golpe de R$ 350 mil na capital paraense, na modalidade conhecida como “golpe da viola”, no qual a vítima é levada a acreditar que o golpista é capaz de “clonar” dinheiro.
É um golpe antigo e que apela diretamente à ganância das vítimas, mas Evenilson, que dizia ser servidor da Casa da Moeda, utilizava tantos artifícios que os policiais da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) até se surpreenderam.
No crime anterior, em Vitória da Conquista (BA), o estelionatário foi preso após um golpe de mais de R$ 1 milhão.
Uma vítima procurou a Dioe após ter caído no golpe de Evenilson, que usa vários nomes. O golpe, como o estelionatário explicou à delegada Rosamalena Abreu, da Delegacia de Ordem Administrativa, consistia em levar a vítima a acreditar que poderia duplicar qualquer quantia por meio de um processo químico.
Um amigo da vítima de Belém, que “investiu” R$ 350 mil, foi o primeiro enganado. O encontro ocorreu num hotel da capital.
Evenilson disse ao homem ter material para “clonar” R$ 350 mil. Ao final do processo, ele devolveria a quantia investida e mais 50%, sendo os outros 50% “clonados” a “comissão” dele.
Para convencer a pessoa a investir tanto dinheiro e dar segurança de que as cédulas seriam réplicas perfeitas, o golpista começava a atuação: abria uma maleta, tirava algumas ferramentas e produtos químicos.
Os químicos eram colocados numa caixa de isopor e misturados. Na caixa também eram colocadas duas chapas de vidro com dinheiro de verdade entre elas e o processo supostamente durava 20 horas.
Após esse período, que a vítima nunca acompanhava, o golpista entregava bastante dinheiro supostamente clonado, pedindo que ele fosse “testado” no Banco Central.
O homem testou e, como se tratava de dinheiro legítimo, pensou que a técnica daria certo. Foi quando a primeira vítima acionou a segunda, que concordou em entregar R$ 350 mil. A Dioe não revelou os nomes nem as profissões das vítimas.
Criminoso confessa tudo e diz que devolverá R$ 200 mil
Na segunda etapa da encenação de Evenilson da Silva o golpe se concretizava: como a vítima entregava muito dinheiro, Evenilson entregava uma segunda caixa de isopor, assim como uma mala com o dinheiro supostamente clonado, que só tinha papel.
“Conseguimos o mandado de prisão preventiva e cumprimos em Brasília. Ele foi recambiado para cá no dia seguinte e será julgado e custodiado no Pará.
O autuamos por estelionato e falsidade ideológica. No caso da vítima, ela sabia que estava tentando obter dinheiro de forma ilícita e, se tivesse dado certo, ela também seria autuada por estelionato.
Por hora, vou deixar o destino da vítima nas mãos da Justiça, mas no mínimo caberia uma tentativa de estelionato”, disse a delegada Rosamalena Abreu.
Foram apreendidos todos os materiais usados por Evenilson, além de documentos falsos, notebook e roupas. Os químicos foram encaminhados para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
“O Evenilson não negou o crime, explicou como funcionava o golpe, só que disse que a vítima estava tentando nos enganar, pois não eram R$ 350 mil e sim R$ 200 mil. Ainda disse que iria devolver todo o dinheiro”, concluiu a delegada.
Fonte: ORM News
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