Ética Jornalística: volto a falar sobre a questão de se preservar a identidade de criminosos
- On:
- 0 comentário

Todos os dias recebo uma enxurrada de críticas de leitores, todas as vezes que publico matérias de crimes e preservo a identidade do autor, seja com uma tarja preta nos olhos, seja inserindo apenas as iniciais de seu nome.
Faço isso por três razões, em síntese:
A primeira, por prudência. Na maioria das vezes, os casos são apresentados pela polícia, e não são raros aqueles acometidos de erros graves, de por exemplo se prender pessoas erradas, por crimes não cometidos.
Até o julgamento, o suposto criminoso pode ser inocentado na justiça. Isso é fato. E uma vez aqui publicado, o estrago na imagem e na reputação daquela pessoa é enorme.
Temos que ter esse discernimento.
O segundo aspecto é de respeito às famílias dos criminosos ou dos supostos criminosos.
Os familiares já sofrem muito com a pessoa que tem desvio sério de conduta; sofrem com os crimes por eles cometidos; com as prisões, e ainda têm que suportar as repercussões das notícias publicadas.
Por isso, a preservação dos nomes e dos rostos, no fim, é uma proteção das famílias, que muitas das vezes não tem nada a ver com a história.
E isso ocorreu hoje neste blog.
Por um deslize, publiquei um texto sobre uma ação criminosa na região metropolitana de Goiânia e acabei não preservando o acusado do delito, que era morador de Campos Belos (GO).
Isso teve uma repercussão enorme e muito negativa, notadamente no seio da família do preso.
A terceira questão para preservar o nome do suposto bandido é por segurança, principalmente no casos de estupros.
Não raro, as pessoas partem para a “justiça com a próprias mãos” em crime de tamanha gravidade. Ao se divulgar a identidade, ele passa a ser um alvo fácil. Assim, todo cuidado é pouco.
Por isso, peço a compreensão dos leitores para esta tão importante, mas, ao mesmo tempo, tão delicada função deste blogueiro, que é de informar e de falar da vida de pessoas (que é o que fazemos, no fim das contas).