Ética Jornalística: volto a falar sobre a questão de se preservar a identidade de criminosos


Todos os dias recebo uma enxurrada de críticas de leitores, todas as vezes que publico matérias de crimes e preservo a identidade do autor, seja com uma tarja preta nos olhos, seja inserindo apenas as iniciais de seu nome. 



Faço isso por três razões, em síntese:  

A primeira, por prudência. Na maioria das vezes, os casos são apresentados pela polícia, e não são raros aqueles acometidos de erros graves, de por exemplo se prender pessoas erradas, por crimes não cometidos.  

Até o julgamento, o suposto criminoso pode ser inocentado na justiça. Isso é fato. E uma vez aqui publicado, o estrago na imagem e na reputação daquela pessoa é enorme. 

Temos que ter esse discernimento. 

O segundo aspecto é de respeito às famílias dos criminosos ou dos supostos criminosos. 

Os familiares já sofrem muito com a pessoa que tem desvio sério de conduta; sofrem com os crimes por eles cometidos; com as prisões, e ainda têm que suportar as repercussões das notícias publicadas. 

Por isso, a preservação dos nomes e dos rostos, no fim, é uma proteção das famílias, que muitas das vezes não tem nada a ver com a história. 

E isso ocorreu hoje neste blog. 

Por um deslize, publiquei um texto sobre uma ação criminosa na região metropolitana de Goiânia e acabei não preservando o acusado do delito, que era morador de Campos Belos (GO). 

Isso teve uma repercussão enorme e muito negativa, notadamente no seio da família do preso. 

A terceira questão para preservar o nome do suposto bandido é por segurança, principalmente no casos de estupros. 

Não raro, as pessoas partem para a “justiça com a próprias mãos” em crime de tamanha gravidade. Ao se divulgar a identidade, ele passa a ser um alvo fácil. Assim, todo cuidado é pouco. 

Por isso, peço a compreensão dos leitores para esta tão importante, mas, ao mesmo tempo, tão delicada função deste blogueiro, que é de informar e de falar da vida de pessoas (que é o que fazemos, no fim das contas). 

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