“Fim da picada”. Esquema de fraude no Samu de Goiás lucrava vendendo pacientes a UTIs particulares
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Foi descoberto, em Goiás, um esquema que fraudava atendimentos do Samu.
Uma operação da Polícia e do Ministério Público prendeu 21 pessoas, suspeitas de lucrar colocando a vida de pacientes em risco.
Os promotores investigaram, durante dois anos, tudo que se passava dentro do Samu.
Descobriram que havia um acordo entre técnicos, médicos, enfermeiros, socorristas e também donos de hospitais particulares.
O esquema funcionava da seguinte maneira: quando o Samu atendia uma pessoa que tinha plano de saúde, essa pessoa era direcionada para a UTI de um hospital particular.
A prática era adotada em quaisquer circunstâncias, mesmo que não houvesse necessidade clínica, como explica o coordenador da GAECO/GO, Luiz Guilherme Gimenez:
“Por exemplo, um paciente que precisava que fosse feito uma glicose nele, eles não faziam a glicose e ainda administravam Diazepam, para que o paciente fosse induzido ao coma e assim fosse dado o adentramento dele na UTI”.
Depois que estavam dopados, os pacientes também eram furtados.
“Alguns dos funcionários disseram que havia reclamações de vários dos pacientes atendidos, que tiveram a carteira, o aparelho celular furtados, no momento do atendimento.
E muitas vezes os autores desses furtos eram os funcionários do próprio Samu”, revelou José Carlos Nery Junior, que é coordenador do setor de inteligência do Ministério Público de Goiás.
Quem participava do esquema, recebia propina: técnicos e enfermeiros ganhavam R$ 500.
Médicos recebiam até R$ 15 mil. A investigação revelou também que os médicos do Samu preferiam socorrer pacientes que viviam em bairros nobres de Goiânia, porque eles tinham mais dinheiro e planos de saúde.
Os suspeitos foram levados para a Casa de Prisão Provisória em Aparecida de Goiânia-GO.
O médico Rafael Haddad, dono de uma UTI que funciona dentro de um hospital particular em Goiânia-GO, foi preso em casa. É a segunda vez que ele é preso em uma operação do Ministério Público. A primeira vez foi em 2008, pelo mesmo crime.
Entre os presos, está também o diretor do Samu de Goiânia, Carlos Henrique Duarte.
Os Bombeiros e a Secretaria de Saúde de Goiânia abriram sindicâncias pra apurar o envolvimento de funcionários.
A defesa do médico Rafael Haddad disse que ele é inocente.
A equipe de reportagem não conseguiu contato com a defesa do diretor do Samu, Carlos Henrique Duarte.
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Fonte: g1