Motorista é suspeito de matar mulher após 26 anos juntos em Flores de Goiás



O motorista de ônibus José Fernando Soares Meireles, de 62 anos, é suspeito de balear e matar sua mulher, a dona de casa Marli Silva Meireles, de 57 anos, após 26 anos de casamento, em Flores de Goiás. 


Para o delegado responsável pelo inquérito, Jandson Bernardo da Silva, de Formosa, não há dúvidas sobre a autoria. 


“Já está provado que foi o marido em processo de separação”.


Segundo testemunhas, na noite do dia 15 de julho, José Fernando chegou até a chácara onde Marli morava, cerca de 2 km da área urbana de Flores de Goiás, dizendo que queria conversar para reatar o casamento. O casal estava separado há alguns dias.   


“Ele sempre foi um cara com muitas relações extraconjugais. No momento que ela deu um basta e falou que não queria mais ele, ele falou que não aceitaria a separação”, conta a filha de vítima, a professora Márcia Regina da Silva Fernandes, de 40 anos.


Ao ouvir uma nova recusa de Marli, José Fernando teria sacado uma arma de fogo e atirado cinco vezes contra a companheira. Um dos tiros acertou a cabeça da dona de casa. 


Amigos e familiares, que estavam na chácara, socorreram Marli, mas ela morreu no hospital.


Depois de balear a mulher, José Fernando ainda teria agredido uma amiga da vítima, que tentou controlá-lo. “Ele jogou essa senhora no chão, engatilhou e disparou, mas a arma falhou porque não tinha mais munição”, relata o delegado Jandson.


A amiga agredida da vítima, que preferiu não se identificar por ter sido ameaçada, teve uma fratura no joelho e foi internada.


De acordo com relato escrito dos policiais militares que atenderam a ocorrência, José Fernando fugiu do local em uma camioneta prateada, modelo Ranger, sem o parachoque dianteiro, que estava estacionada em um ponto fora da chácara de Marli.


Desde que anunciou que queria se separar do marido, Marli vinha sendo ameaçada por José Fernando. “Minha mãe acreditava que se não ficasse sozinha, ele não teria coragem de fazer isso com ela”, conta Márcia, filha da vítima.


No dia em que foi morta, Marli estava com quatro amigos e um irmão em sua chácara, que também foram ameaçados pelo motorista. Ele acusava os amigos e familiares de Marli de serem “cúmplices” de sua decisão pela separação.


Investigação


A 2º Delegacia de Polícia de Formosa, que responde por Flores de Goiás, fica mais de 100 km de distância da cidade e só funciona meio período. Uma vez por semana, um delegado de Formosa vai até o município realizar oitivas. 


As testemunhas que presenciaram o homicídio foram ouvidas nesta terça-feira (19) por iniciativa dos filhos de Marli, que entraram em contato com o promotor de Flores e levaram as testemunhas até a delegacia de Formosa. 


Como a vítima foi retirada do local do crime, não houve perícia.


De acordo com o delegado Jandson, José Fernando já responde por um outro homicídio. “Nós estamos agora agilizando para poder representar contra ele pelo mandado de prisão preventiva. O objetivo é conseguir a prisão dele ainda essa semana”.


Se capturado, o motorista pode responder por feminicídio. “A morte se deu pelo gênero mulher, pela questão da violência doméstica. É o típico feminicídio”, explica o delegado.


Enquanto a pena para homicídio comum é de 6 e 20 anos de detenção, se condenado pelo tipo penal do feminicídio, José Fernando pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.


A família de Marli pressiona pelo andamento das investigações. “Ele calou o sorriso da minha mãe, que era amada por muita gente. Queremos que ele seja capturado logo”, lamenta Márcia, filha da vítima.


Fonte: O Popular

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