A metáfora de ser poeta
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Por Júnio Miguel da Costa
Ao tocar a pena no pote de tinta
Abarco o universo em meu mundo fechado.
Este é meu robe, meu fetiche, minha sina;
Mas também meu peso, minha culpa e meu fardo.
Rogo que tire-me tudo o que puder,
As riquezas, ou mesmo minha amada.
Todavia deixe-me a pena, as palavras e a fé;
Pois sem tais não serei mais nada.
Mas não comova-se por minhas histórias benditas,
São sonhos, dramas, sonhos e devaneios.
Sou apenas um usuário da maravilhosa escrita
Exercendo meu papel de incômodo mensageiro.
Já pude ser rico, mas também moribundo,
Vagando em fantasias e sem metas.
Já pude ser nobre, dono do mundo.
Mas nunca passei de um simples poeta.